Clima de missão para receber o Papa no Porto

É em clima de missão que Bento XVI será recebido no Porto, quando presidir à missa do dia 14 de Maio, na Avenida dos Aliados. A diocese multiplica-se em iniciativas desde o início do ano, na «Missão 2010»

É em clima de missão que Bento XVI será recebido no Porto, quando presidir à missa do dia 14 de Maio, na Avenida dos Aliados. A diocese multiplica-se em iniciativas desde o início do ano, na “Missão 2010” e é nessa dinâmica que D. Manuel Clemente entende a presença do Papa, um encorajamento para aprofundar o “sentido missionário da existência cristã”.

 

Agência ECCLESIA (AE) – Que oportunidade constitui para a Diocese do Porto esta visita do Papa em ano de Missão?

D. Manuel Clemente (MC) – É uma belíssima oportunidade e circunstância, porque a Missão tem sido o nosso objectivo e o nosso programa, ao longo destes meses de 2010 nas nossas variadíssimas comunidades.

A presença do Papa, primeiro dos Apóstolos, aquele que nos confirma na fé e na vida eclesial, é muito bem-vida e certamente nos encorajará ainda mais nesse sentido missionário da existência cristã. Por isso, a altura não podia ser melhor.

Não foi essa a razão imediata do convite, dado que quando foi anunciado que o Papa viria a Portugal se procurou que não fosse apenas de Fátima para o Sul, procurando vir a algum sítio de Fátima para o Norte. O Papa aceitou e estamos muito gratos por isso. Há esta coincidência com o dinamismo missionário em que a Diocese está a crescer, ao longo deste ano de 2010.

 

AE – A temática da Missão será abordada pelo Papa no Porto?

MC – Sim, até pela circunstância litúrgica. O Papa estará breves horas no Porto, basicamente a celebrar a Eucaristia na Avenida dos Aliados. O dia 14 de Maio é a festa de São Matias, Apóstolo, por isso, a partir dos textos da liturgia, não poderia fugir a esta dimensão apostólica, mis-sionária, evangelizadora da Igreja. Tudo isto são felizes coincidências.

 

AE – Coloca a Avenida dos Aliados banhada a vermelho…

MC – (risos) Pois, mas é um vermelho litúrgico. Acontece até noutras datas, que também são festas nacionais, em que a Igreja veste de vermelho. São cores bonitas, é a cor do Espírito Santo.

 

AE – Para este ano da Missão, a Diocese promove eventos, megaeventos, até. Socialmente é importante que a evangelização aconteça também nesses eventos?

MC – É como tudo na vida, há momentos habituais e depois temos aquelas circunstâncias mais sublinhadas: de certa maneira, comemoramos a vida todos os dias, mas é no dia do nosso aniversário que isso tem uma certa celebração. Esses momentos são importantes, porque aqueles que andamos a trabalhar mais isoladamente encontramo-nos uns com os outros e transmitimos entusiasmo, mais alegria, mais convicção e é essa a realidade das festas e das concentrações.

Não é aí que as coisas se resolvem, é no dia-a-dia, no empenhamento simples, sereno, humilde, concreto, na fidelidade de todos os momentos. Estas celebrações, estes festejos confirmam-nos e confortam-nos, passam uma mesma convicção e nesse sentido têm todo o cabimento.

Encontramos no próprio Evangelho Jesus retirado em oração, com o pequeno grupo dos discípulos mas também com as multidões. Tudo isso faz parte da vida.

AE – É uma oportunidade para chegar a pessoas diferentes, a novas fronteiras?

MC – É, porque há muita gente que vem com alguma curiosidade, para ver, mesmo sem um espírito propenso, mas que acaba por sentir-se tocada.

 

AE – Como sente a preparação da Diocese para acolher do Papa?

MC- É difícil estar a responder por 477 paróquias, fora as congregações religiosas, movimentos e associações, mas aquilo que eu vejo é um conjunto de realizações que manifestam grande alegria e grande expectativa.

 

AE – É sadia a sintonia de interesses que há entre a Igreja e diversas instituições civis?

MC – É, tal como seria com outra entidade cultural, religiosa ou política que também tivesse uma grande expressividade e cá viesse, porque as nossas autoridades não têm para si uma convicção religiosa específica, mas serve os cidadãos, também nas suas convicções religiosas.

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Agência ECCLESIA

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