Vaticano: Papa manifesta solidariedade com população da Nicarágua

Francisco pede «diálogo respeitoso e construtivo para promover a paz»

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 08 dez 2024 (Ecclesia) – O Papa recordou hoje no Vaticano a população da Nicarágua, onde as comunidades católicas celebram a Imaculada Conceição, padroeira do país, apelando ao diálogo e à paz.

“Que a Mãe Celeste seja consolação nas suas dificuldades e incertezas e abra os corações de todos, para que se procure sempre o caminho do diálogo respeitoso e construtivo para promover a paz, a fraternidade e a harmonia no país”, declarou, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação do ângelus.

Francisco convidou os peregrinos presentes na Praça de São Pedro a rezar “pela Igreja e pelo povo da Nicarágua”, de quem se mostrou “próximo”, neste dia em que os católicos “elevam a Maria um grito de fé e de esperança”.

Na última semana, o Papa tinha publicado uma carta ao povo da Nicarágua, para manifestar a sua proximidade a comunidades que têm sido alvo de medidas restritivas do regime de Daniel Ortega, incluindo detenções de padres e bispos.

“Precisamente nos momentos mais difíceis, quando se torna humanamente impossível compreender o que Deus quer de nós, somos chamados a não duvidar da sua solicitude e misericórdia. A confiança filial que tendes nele e também a vossa fidelidade à Igreja são os dois grandes faróis que iluminam a vossa existência”, escreveu.

A 22 de novembro, o parlamento nicaraguense aprovou uma reforma constitucional que aumenta o poder do presidente Daniel Ortega e eleva a sua companheira, Rosario Murillo, ao estatuto de “copresidente”.

O novo texto determina que “as organizações religiosas devem manter-se livres de qualquer controlo estrangeiro”.

Sob sanções por violação dos Direitos Humanos, com limitações da atividade de comunidades religiosas e ONG, Daniel Ortega estendeu o mandato presidencial de cinco para seis anos.

O novo relatório da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, sobre a liberdade religiosa no mundo, inclui pela primeira vez a Nicarágua nos seus indicadores, “devido a uma série de medidas de opressão extrema contra os cristãos, nomeadamente a detenção e expulsão em massa do clero, incluindo todos os membros da Nunciatura Apostólica” e o presidente da Conferência Episcopal do país.

OC

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Agência ECCLESIA

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