D. Raymundo Damasceno Assis fala da importância dos leigos na Missão Continental

“Sem os leigos a Igreja não realiza sua missão”. A afirmação é do arcebispo de Aparecida e presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano – CELAM, D. Raymundo Damasceno Assis. Em entrevista ao o site da Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros, o arcebispo explica o que o Celam projecta com a Missão Continental e qual o papel da Igreja do Brasil neste novo projecto da Igreja latino-americana e caribenha. Qual a novidade apresentada pelo 3º Congresso Americano Missionário e 8º Congresso Missionário Latino-americano? D, Damasceno – Os congressos missionários são um momento forte de reavivar em todos os participantes a consciência missionária, dimensão essencial da Igreja. Os participantes são sacerdotes, religiosas e leigos que actuam nas suas respectivas Conferências Episcopais e dioceses. Eles serão os grandes multiplicadores dos frutos deste Congresso. Os participantes levam, sobretudo, o entusiasmo e o desejo de implementar a Missão Continental. Vão procurar impregnar a vida de cada baptizado e as estruturas de nossa Igreja deste espírito missionário para que nossas comunidades sejam missionárias e saiam ao encontro dos mais afastados, dos mais esquecidos, dos abandonados e dos que precisam de nossa solidariedade e da mensagem do evangelho, que é vida para todos e vida em abundância. O que o Celam oferece às Conferências Episcopais para a realização desta Missão Continental? D. Damasceno – O CELAM fez uma pequena proposta sobre a Missão Continental, contendo seus objectivos, seus conteúdos e alguns elementos comuns que devem caracterizar esta missão na América Latina e Caribe. Nossa proposta já chegou a todas as Conferencias Episcopais. No Brasil, por exemplo, a CNBB está a preparar um projecto de evangelização à luz desta proposta. Vamos também produzir uma série de subsídios para aprofundar os conteúdos da Conferência de Aparecida e ajudar à realização da Missão Continental cujos protagonistas são as dioceses e as paróquias. Um jovem que deu testemunho sobre a missão que se realiza no Chile, dizia que sem os leigos a missão não vai funcionar. É verdade. Sem os leigos a Igreja não realiza sua missão. São necessários os leigos, mas também os sacerdotes e os religiosos. É uma acção conjunta da Igreja. O CELAM vai continuar a produzir subsídios, a realizar encontros, seja na sua sede, em Bogotá, ou quando for convidado para estar nos mais diversos países e ajudar as ConferÊncias Episcopais. O Brasil foi sede da Conferência de Aparecida que decidiu implementar a Missão Continental. A Igreja do Brasil destaca-se pela sua organização e actuação pastoral. Que responsabilidades o senhor atribui à Igreja do Brasil em relação à Missão Continental? D. Damasceno – Na aplicação das conclusões da Conferência de Aparecida, o Brasil tem uma responsabilidade talvez maior do que os restantes países por termos sido sede da Conferência, por termos recebido o Papa e também por sermos um país maior geográfica e populacionalmente, com uma Conferência Episcopal maior em número de dioceses, provavelmente perdendo em número de bispos apenas para a Itália. Todos os países olham para o Brasil e recebem influência dele. Queremos que esta influência seja cada vez mais benéfica para colaborar com as Conferências Episcopais da América Latina e Caribe e na missão evangelizadora de um modo geral.

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