Em relação ao debate no Reino Unido e em toda a Europa sobre a imigração, os bispos britânicos divulgaram um documento intitulado “A missão da Igreja junto aos migrantes em Inglaterra e em Gales”. O documento analisa de modo articulado o fenómeno migratório, definido como uma consequência inevitável da globalização. Entre os pontos salientes dessa análise, os bispos denunciam uma atitude contraditória dos governos. De um lado, impõem medidas severas para deter o ingresso dos imigrantes; de outro, procuram recrutar trabalhadores qualificados em países em desenvolvimento. Deste modo, afirmam os prelados, entregam os trabalhadores não qualificados aos traficantes, causando trágicas perdas de vidas humanas. A carta adverte que a má gerência da imigração gera racismo e xenofobia, fenómenos alimentados também pelos media. Os imigrantes são vistos como um perigo, porque muitas vezes são obrigados a viver em áreas desfavorecidas, colocando-se em competição com as faixas mais pobres da população local, com inevitáveis tensões que prejudicam a comunidade. A última parte da carta é dedicada ao acolhimento dos imigrantes nas comunidades católicas. A Igreja, afirmam os bispos, pode tornar-se um substituto da família e da sociedade que eles foram obrigados a abandonar. Por isso, os imigrantes devem ser integrados na paróquia e na sociedade, e a Igreja britânica tem que criar programas que tornem autêntico o acolhimento dos estrangeiros.