Sexta-feira Santa: Bispo de Aveiro lembrou «acontecimentos de dor e de sofrimento» no mundo, «quanta humanidade destroçada e perdida»

«A paixão de Jesus, segundo o Evangelho de S. João, é como que uma via-sacra onde somos convidados a ter esperança» – D. António Moiteiro

Foto Diocese de Aveiro

Aveiro, 29 mar 2024 (Ecclesia) – O bispo de Aveiro destacou que a leitura da Paixão de Jesus, desta Sexta-feira Santa de 2024, apresenta “o servo sofredor que carrega a cruz, mas também todas as dores da humanidade”, na celebração que presidiu na Sé.

“Quantos acontecimentos de dor e de sofrimento existem hoje no mundo em que vivemos, quantas mortes sem sentido, quantas famílias desfeitas, quanta humanidade destroçada e perdida”, disse D. António Moiteiro, na sua homilia.

O bispo de Aveiro começou a sua reflexão de Sexta-feira Santa 2024, neste 29 de março, a explicar que a leitura da Paixão de Jesus coloca diante de todos “o servo sofredor que carrega a cruz, mas também todas as dores da humanidade”.

“Porquê tantas crianças mortas por falta de alimentos? Porquê tanta solidão dos nossos irmãos mais idosos? Porquê tanta exploração, humilhação, calúnia, massacres, pobreza e pessoas sem futuro?”

D. António Moiteiro salientou que a paixão de Jesus, segundo o Evangelho de S. João, é como que uma Via-Sacra onde são “convidados a ter esperança”, contemplando, com os olhos da fé, “alguns dos encontros de Jesus na sua entrega pela humanidade”.

“Pode ser muito duro para os corações de cada um de nós e das pessoas do nosso tempo escutar que Deus não veio eliminar a dor e o sofrimento. Deus não deu explicações, nem as dará. Mas a sua resposta é a de um pai que ama loucamente e que partilha a nossa condição humana, tomando sobre si todo o nosso sofrimento”, desenvolveu.

Foto Diocese de Aveiro

O bispo de Aveiro acrescentou que “veio assumir as dores” para lhes dar outro significado, porque a partir do dia em que Jesus foi “oferecido como espetáculo na humilhação e no sofrimento”, o divino e o humano identificam-se até “constituírem um verdadeiro sacramento oferecido a todos, crentes ou não, batizados ou não, pecadores e inocentes, “um sacramento de vida para todos”.

D. António Moiteiro concluiu a sua homilia de Sexta-feira Santa, na Sé, a indicar que São João, o mesmo evangelista que narra a Paixão de Jesus, é o mesmo que vai anunciar que “a pedra do sepulcro foi retirada e que Jesus indica o caminho de um novo êxodo, o qual leva a uma vida nova”.

CB

 

Aveiro: Homilia de D. António Moiteiro na Paixão de Jesus

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Agência ECCLESIA

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