Bragança-Miranda: Bispo destina partilha quaresmal à reconstrução da hospedaria do Mosteiro de Palaçoulo

D. Nuno Almeida desafia comunidades católicas a acompanhar quem vive situações «de sofrimento, abandono ou angústia»

Foto António Cangueiro

Bragança, 08 fev 2024 (Ecclesia) – O bispo de Bragança-Miranda anunciou que as comunidades católicas da diocese vão ajudar, com a sua renúncia quaresmal, as irmãs do Mosteiro Trapista de Palaçoulo, edifício atingido por um incêndio no final de janeiro.

“Apelamos à generosidade de todos”, escreve, na mensagem para a Quaresma 2024, divulgada hoje.

D. Nuno Almeida indica que o montante recolhido na renúncia e partilha quaresmal “será na íntegra para ajudar a reconstruir” a Casa de Acolhimento ao Peregrino do Mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja em Palaçoulo (Miranda do Douro), destruído pelas chamas a 27 de janeiro.

As monjas do Mosteiro Trapista de Palaçoulo “foram atingidas por um grave incêndio” que comprometeu a zona central da hospedaria – “telhado, sótão e grande parte do primeiro andar -, sendo a zona mais atingida o sótão, que “servia de arrecadação, e os quartos, que ocupavam enquanto aguardam a conclusão da construção do mosteiro”.

A renúncia quaresmal é uma prática em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo da sua diocese.

O responsável católico precisa que algumas salas eram utilizadas como escritórios e áreas de trabalho – escritório da Madre, escritório das irmãs ecónomas, lavandaria, armazém e embalagem da confeitaria – “e o incêndio danificou-as gravemente”, inutilizando parcial ou totalmente as salas, as máquinas e o material armazenado.

O Mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja pertence à Ordem Cisterciense da Estrita Observância e foi fundado, em 2019, pelo Mosteiro de Vittorchiano; é o primeiro mosteiro trapista em Portugal e vai ter a capacidade para acolher 40 monjas.

O projeto do complexo do mosteiro, com a igreja abacial, prevê também edifício com espaços para a comunidade e para o serviço diário.

A diocese transmontana já tinha divulgado também o número da conta bancária do mosteiro para aqueles que queiram contribuir com donativos (PT50 0045 2260 4029 1080 1063 2).

‘Tempo para crer, esperar e amar’, é o tema da mensagem para a Quaresma de 2024 do bispo de Bragança-Miranda.

A Quaresma é um tempo litúrgico, de 40 dias (a contagem exclui os domingos), que tem início com a celebração de Cinzas (14 de fevereiro, em 2024), marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência; serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão (este ano a 31 de março).

Foto: Raul Coelho

D. Nuno Almeida sustenta que a Quaresma “é um tempo para acreditar” e convida a viver uma Quaresma 2024 “com esperança”, lembrando também a dimensão da caridade, a “cuidar de quem se encontra em sofrimento, abandono ou angústia”.

“Cada etapa da vida é um tempo para crer, esperar e amar. Que este apelo a viver a Quaresma como percurso de conversão, oração e partilha dos nossos bens, nos ajude a revisitar, na nossa memória comunitária e pessoal, a fé que vem de Cristo vivo, a esperança animada pelo sopro do Espírito e o amor cuja fonte inexaurível é o coração misericordioso do Pai”, indica.

No documento, enviado à Agência ECCLESIA, o bispo de Bragança-Miranda assinala que a Quaresma é “um tempo para acreditar”, ou seja, para cada um receber “Deus na vida, permitindo-Lhe «fazer morada»”.

“No recolhimento e oração silenciosa, a esperança é-nos dada como inspiração e luz interior, que ilumina desafios e opções da nossa missão; por isso mesmo, é fundamental recolher-se para rezar e encontrar, no segredo, o Pai da ternura”, desenvolve.

A Diocese de Bragança-Miranda informa também que está disponível a dinâmica para o tempo litúrgico da Quaresma-Páscoa: Na Quaresma vai estar em destaque a palavra ‘diálogo’, e nos domingos da Páscoa a palavra ‘anúncio’.

“O diálogo é uma atitude indispensável para o estilo sinodal da Igreja e o anúncio é o fruto de um processo de relação e de comunhão que torna visível a presença redentora e ressuscitada do Senhor”, explica.

A dinâmica diocesana de Quaresma e Páscoa parte de uma frase da Carta Pastoral do seu bispo, D. Nuno Almeida: “A comunidade dos discípulos missionários de Jesus está convocada para percorrer um caminho de atenção, de diálogo, de anúncio e de discernimento em comum, em que todos participem”.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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