Bodas de Prata Episcopais

Um Bispo que gosta de matemática, de trabalhar na quinta e de estar próximo das pessoas: D. José Pedreira e um olhar sobre o quarto de século passado desde a ordenação episcopal, a 19 de Março de 1983, em Viana do Castelo.

Agência ECCLESIA (AE) – D. José Pedreira está a celebrar 25 anos de bispo. Quem é o bispo de Viana do Castelo que pastoreia nas terras que o viu nascer?

D. José Pedreira (JP) – Sou um minhoto por natureza, visto que nasci em Valença do Minho, numa paróquia pequena chamada Gondomil. Completei lá, o que chama hoje, o primeiro ciclo, a escolarização primária. Depois fui para os seminários em Braga onde completei os preparatórios, a parte filosófica e Teológica.

AE – Como nasceu a sua vocação sacerdotal?

JP – É interessante esse pormenor. A minha vocação não surgiu do diálogo com um sacerdote mas com um professor do 1º Ciclo. Um senhor crente que faleceu recentemente. Na instrução primária, eu tinha uma propensão muito particular para a matemática, para as contas. Como éramos sete irmãos, este professor foi perguntar ao meu pai se deixava que eu fosse estudar. Depois deste diálogo entre o professor, meu pai e eu, o professor foi comigo ao Seminário de Braga onde fiz exame de admissão. Antes, teve o cuidado de me preparar para o exame de admissão ao Liceu de Viana do Castelo.

AE – Este processo passou-se no final da instrução primária?

JP – Sim e eu escolhi o Seminário.

AE – Como é que um jovem com gosto especial pelos números escolhe o lado eclesiástico?

JP – A minha simpatia pelo religioso foi influenciada por um seminarista mais velho que existia na paróquia. Ao olhar para o serviço dele – na Igreja e na Liturgia -, suscitou em mim um apelo: gostaria de servir a Igreja na mesma maneira. Não foi o meu pai, nem o meu pároco que me influenciaram.

AE – O seu pároco não sabia…

JP – O meu pároco era quase avesso à promoção das vocações.

AE – Não é contraditório este comportamento?

JP – Naquele tempo, talvez não. O número de vocações era muito grande. No primeiro ano, entrámos mais de 150 para o seminário. Como havia muitas vocações, os sacerdotes mais velhos olhavam para isso, como uma espécie de… Amanhã, eles vêm ocupar-nos o lugar e nós temos de nos ir embora. No entanto, não sei se as razões foram essas.

AE – Era um miúdo traquinas?

JP – Muito. Era um grande brincalhão e um jogador profissional.

AE – No seminário aprofundou a sua vocação…

JP – Entrei para a escola um ano mais tarde porque tive uma febre tipo pneumónica. Depois fiz o Seminário menor, de seguida a Filosofia e a Teologia e ordenei-me com 24 anos.

AE – Um percurso feito em Braga.

JP – Tudo em Braga porque a diocese de Viana do Castelo só foi criada em 1977. Feitos os estudos nesta cidade, fiquei – durante dois anos – como formador no próprio Seminário onde terminei. Custou-me muito.

AE – Não gostava desta área da pastoral?

JP – O problema é que fiquei como formador dos meus próprios colegas. Tinha muitos colegas que reprovaram… Custou-me muito porque, sem querer, passei a ser superior deles.

AE – Foram apenas dois anos…

JP – De seguida, o arcebispo de Braga, D. António Bento Martins Júnior, enviou-me para director do Colégio do Minho em Viana do Castelo.

AE – Sempre ligado ao ensino. Primeiro como formador e depois como director do colégio?

JP – Sim. No colégio era o director, mas leccionava as Matemáticas que eram a minha paixão.

 

Paixão pela matemática

AE – Mesmo padre, nunca deixou os números?

JP – Isso nunca. Foi e é uma propensão muito natural. No colégio fui professor de Matemática durante 15 anos. Acumulei também como professor do Magistério Primário. Posteriormente, tirei o curso de Psicologia, em Lisboa. Como não existiam professores de Psicologia, leccionei Educação Moral e Religiosa e Psicologia.

AE – Tinha formação específica em Matemática para leccionar esta ciência no colégio?

JP – Só tinha aquela que aprendi no Seminário. Na Escola do Magistério, sempre que se fazia admissão de alunos, eu era escalado para corrigir os exames de Matemática.

AE – Passados tantos anos, ainda continua com pendor para esta área?

JP – Sim e felizmente. Eu gosto muito das contas, a contabilidade da casa episcopal passa sempre pela minha mão.

AE – Faz as contas no papel ou na máquina de calcular?

JP – Agora é no computador.

AE – Se não fosse padre primeiro e bispo depois, seria professor de Matemática?

JP – Às vezes coloco essa pergunta. Depois de tirar o curso de Psicologia, fiquei muito apaixonado pela parte médica, fisiológica e orgânica. Ainda cheguei a concorrer à Universidade para tirar Medicina. Fiquei em quinta preferência… No entanto gostaria de ter complementado este caminho.

AE – Da forma como fala, dá para perceber que ficou com pena de não seguir os estudos nessa área.

JP – Como não existiam professores de Psicologia suficientes naquela época, acumulei dois horários de Psicologia: Magistério e Educadoras de Infância e mais um complemento em Enfermagem.

AE – Gostava de dominar todas as áreas do saber.

JP – (Risos). Só tirei Psicologia porque no Colégio e nas escolas, os alunos devem ser ajudados a discernir a sua opção vocacional depois do nono ano (antigo quinto). Fui tirar Psicologia para ajudar os alunos. AE – Estatística e Evangelho não entram em rota de colisão?

JP – Não. Elas são um subsídio muito útil para programarmos as actividades pastorais. Em cada visita pastoral levo sempre uma análise sociológica da situação da povoação onde vou anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo.

AE – No colégio também se ocupou da vertente desportiva.

JP – Treinava os rapazes no Voleibol e no Ténis de Mesa. Treinava e gostava de jogar.

AE – Sabia perder?

JP – Tinha bom perder, mas jogava sempre a sério. Perder nem a feijões.

AE – Nunca teve pendor para desportos mais mediáticos?

JP – Verifiquei depois que não resistia ao futebol de cinco e ao andebol. Ainda tentei patins, mas fiz duas entorses e desisti.

 

Braga, Porto, Lisboa, Viana…

AE – Esteve nesse colégio quantos anos?

JP – Quinze anos e meio.

AE – Entretanto é criada a diocese de Viana do Castelo.

JP – Foi criada em Novembro de 1977 e, passados uns meses, D. Júlio Tavares Rebimbas colocou-me como vigário-geral da diocese. Disse-me que os sacerdotes da diocese votaram em mim. Na altura tinha cerca de 40 anos…

AE – Teve de deixar de leccionar algumas aulas?

JP – Deixei as Educadoras de Infância e Enfermagem. Durante um ano, fiquei com o Magistério Primário. Devido às incompatibilidades de horários tive de deixar.

AE – Nunca foi colocada a hipótese de fazer parte do clero de Braga?

JP – A Bula da criação da diocese determinava, explicitamente, que os sacerdotes ficariam a pertencer à diocese onde se encontravam a prestar serviço.

AE – Passados cinco anos foi nomeado bispo?

JP – Inesperadamente. Foi uma surpresa muito grande por dois motivos: a minha vida nunca tinha girado à volta dessa ideia, normalmente essas pessoas vão tirar cursos para Roma e, por outro lado, achava que era muito novo, tinha apenas 44 anos.

AE – Esteve cerca de 15 anos como bispo auxiliar do Porto.

JP – Fui colaborar com D. Júlio Tavares Rebimbas que foi nomeado bispo do Porto.

AE – Não teve receio de sair do Minho?

JP – Inicialmente tive porque sabia que a diocese do Porto era, intelectualmente, muito desenvolvida. E Viana tinha apenas 1,5% de pessoas com cursos superiores. A nossa linguagem era a um nível diferente… Quando me vi no Porto, o primeiro contacto foi a medo, mas o clero do Porto foi tão amigo, acolhedor e colaborador que ainda hoje tenho saudades.

AE – Ficou com que zona pastoral?

JP – Com o Porto, Matosinhos, Maia, Valongo, Gondomar e Paços de Ferreira.

AE – A religiosidade junto ao Douro é diferente da vivida no Minho.

JP – Sim. Cada região tem características muito próprias. Passados alguns meses estava adaptado.

AE – Foi a sua escola de bispo.

JP – Devo muito a D. Júlio Tavares Rebimbas porque ele era um homem muito voltado para a pastoral. Trabalhei com ele mais de vinte anos e temos uma estima mútua.

AE – No seu múnus sacerdotal nunca foi pároco?

JP – Quando fui fazer o estágio em Lisboa, na Gulbenkian, fui o primeiro pároco da Cruz Quebrada e Dafundo.

AE – A sua experiência de pároco foi em Lisboa.

JP – Fui pároco de uma paróquia experimental.

AE – Guarda memórias destes tempos passados em Lisboa?

JP – Ainda tenho amigos desse tempo.

 

Retrato da Diocese

AE – Acabou por voltar a Viana do Castelo. Podemos dizer a «sua rica diocese»?

JP – Rica não. Pobre. É a mais pobre de Portugal, em termos de Produto Interno Bruto (PIB). As estatísticas dizem isso.

AE – O que fazer para alterar estas condições desfavoráveis?

JP – Tenho dito às autoridades civis que faltaram muitas coisas no Minho, nos últimos quarenta anos. Primeiro não havia, praticamente, rede viária. Existia apenas uma estrada nacional que estava em péssimo estado. Actualmente, as coisas já melhoraram muito. No entanto, ainda há zonas onde tenho muita dificuldade em chegar.

AE – Há zonas do país com condições piores?

JP – À beira mar não.

AE – Tem dialogado com as autarquias?

JP – Peço-lhes que atendam em primeiro lugar à rede viária. É uma condição fundamental para a localização de alguma indústria. Quando vim para a diocese fiz a estatística da ocupação da população. Aqui, existem dois vales: o do Lima e o do Minho. Na altura, o vale do Lima tinha cerca de 52% da população a viver do sector primário. A média nacional era 32%. O vale do Minho tinha 72% da população a viver deste sector.

AE – Então é uma diocese agrícola?

JP – Era. Neste momento temos entre 5% a 7% da população no sector primário.

AE – Com terrenos tão férteis não é um desperdício? As pessoas trabalham em que áreas?

JP – É verdade são tão férteis. As pessoas trabalham em sectores tradicionais porque a industrialização agrícola não se fez. Como não se fez o emparcelamento, o minifúndio ainda predomina. A maior parte dos terrenos estão desaproveitados.

AE – Votados ao abandono…

JP – Sim. No entanto esta zona é muito rica na parte florestal. Simplesmente, nunca houve um plano – já chamei a atenção tantas vezes para este problema – para resolver a questão da arborização e da exploração florestal. Os técnicos dizem que está tudo feito…

AE – Só que o fruto do trabalho não aparece. JP – Não há planificação, definição de zonas e exploração florestal.

AE – Os políticos esqueceram-se do Minho? JP – Durante muitas décadas sim. Neste momento, julgo que ainda não lhe estão a dar atenção suficiente.

AE – E D. José Pedreira tem sido uma voz lutadora em prol deste povo?

JP – Quando escrevo e falo toco sempre nesses pormenores. Outrora, existia também um factor altamente deficitário. Só existia uma escola média em Viana do Castelo. Como consequência, os censos de 1971 mostram que a percentagem das pessoas com curso superior terminado e a trabalhar em Viana do Castelo situava-se no 1,5%.

AE – Actualmente, os números são superiores?

JP – O Censo de 2001 dá-nos 9%. Temos um Instituto Politécnico e várias escolas a leccionar áreas de nível superior.

AE – Quando esteve em Roma, na última visita «Ad Limina», levou estes dados a Bento XVI?

JP – Enviei um relatório minucioso da diocese.

AE – O relatório de Viana talvez fosse o mais minucioso porque está muito atento às estatísticas e números?

JP – Isto é um defeito de nascença.

AE – Defeito? Não será uma qualidade?

JP – Interpretar as estatísticas ajuda muito. Eu sou daqueles que acredita na Estatística desde que esteja bem feita.

AE – Antes da visita Pastoral tem muito trabalho de gabinete.

JP – É verdade. Sei se a zona está a crescer ou decrescer na área demográfica. Sei se vou encontrar muitos ou poucos idosos. Sei do que vivem essas pessoas e do que se ocupam. O Evangelho tem de ser dirigido tendo em conta a mentalidade dos destinatários. O Evangelho é o mesmo. As verdades são as mesmas. No entanto temos de as anunciar numa linguagem diferente conforme os destinatários. Tenho relatórios muito minuciosos de cada paróquia.

AE – Parece o professor a preparar as aulas.

JP – Costumo dizer aos padres e leigos que é uma deformação profissional porque fui professor durante muitos anos. Por isso pergunto sempre: qual o vosso objectivo pastoral para os próximos anos?

AE – Isso é programar…

JP – Quem não sabe onde quer chegar… Costumo utilizar com frequência esta expressão: “uma pessoa que não sabe onde quer chegar é como um navio que está no mar e não sabe para que porto quer ir”. É fundamental programar os objectivos a atingir.

AE – Faz isso nas cerca de trezentas paróquias? JP – Já as visitei todas e já estou na segunda volta.

AE – É um bispo próximo das pessoas.

JP – Tenho isso como uma obrigação minha.

AE – Tem padres para as paróquias todas?

JP – Nem todas as paróquias têm padre, nem precisam. Algumas paróquias são muito pequenas. Nós temos o clero que precisamos. Até tenho algum clero a trabalhar fora. Este ano, se tudo correr bem, irei ordenar quatro ou cinco sacerdotes. A diocese tem o clero que precisa. No entanto, tenho que juntar, no mesmo sacerdote, duas, três e às vezes quatro paróquias. É aquilo que eu chamo área pastoral.

AE – Apesar da diocese não ser muito grande existe uma grande dicotomia entre os vários arciprestados?

JP – Em vários aspectos.

AE – Melgaço é muito diferente de Viana do Castelo?

JP – Temos várias vertentes que são opostas. Populacionalmente, Viana do Castelo cresce e Melgaço diminui profundamente. Viana, Ponte de Lima, Caminha e, ultimamente, Vila Nova de Cerveira e Valença estão com crescimento populacional. As outras estão em decréscimo.

AE – Nesses arciprestados há diferenças na forma de viver o Evangelho?

JP – As zonas mais periféricas e mais envelhecidas são mais tradicionalistas. Uma fé alicerçada na religiosidade popular. Nos outros arciprestados já se fez uma caminhada para que a expressão religiosa seja acompanhada de um desenvolvimento intelectual e com uma visão alargada das ciências.

AE – Nessa preparação das visitas pastorais escreve textos muito longos e minuciosos?

JP – Não levo muitas páginas, mas levo os pontos fundamentais condensados: dados sociológicos civis, dados sociológicos religiosos (desde os bens que a paróquia tem até aos movimentos e obras) e depois a mensagem que o bispo quer transmitir.

AE – Já se fez a inventariação de todo o património que a diocese possui?

JP – O património material está quase todo registado. Na arte religiosa móvel, só conseguimos fazer – de forma muito completa – em dois arciprestados: Arcos de Valdevez e Viana do Castelo.

AE – Esta inventariação é fulcral…

JP – Já publicámos dois volumes, mas esperamos que o Estado nos diga quais são as linhas futuras.

AE – Como define a sua diocese?

JP – No seu todo, é uma diocese de gente crente. No Referendo ao Aborto, ela votou «não» com sessenta e tal por cento. É diferente das zonas do sul. No geral é uma diocese praticante, actualmente anda pelos quarenta e tal por cento. No entanto, a escolarização ainda está abaixo da média. Estamos na segunda geração depois da mutação que se fez da lavoura para a profissionalização de empregos e serviços.

 

Natureza e ecologia

AE – Excluindo as visitas pastorais, costuma passear pelo verde Minho?

JP – Preciso de respirar este ar porque é muito leve. Há muita vegetação e a poluição é escassa. Sempre que posso dou os meus passeios.

AE – Olha para a natureza de forma contemplativa?

JP – Não me considero uma pessoa naturalmente contemplativa, no sentido de abstrair da racionalidade. No entanto gosto imenso de observar a natureza.

AE – Fica estupefacto a observar o quê? JP – O mar, o rio, uma floresta. Quando estava no Colégio do Minho ia para a barra ver as ondas. Nesta observação, o contemplativo tinha logo por detrás o racional. Queria saber os porquês das ondas enormes e os porquês das ondas suaves.

AE – Sendo natural do Minho, terras com muitas romarias, também ia às festas populares?

JP – Sim. Com os meus irmãos e os meus pais. No entanto, nunca fui menino de coro porque só pensei ir para o Seminário após os doze anos.

AE – A sua família era praticante?

JP – Sim. Ia com eles e também com outros jovens participar nas festas. Chegávamos a ir às festas a Espanha.

AE – A Galiza está próxima.

JP – Passávamos o Rio Minho a pé, por umas zonas com um declive maior.

AE – E nunca atravessou o Rio Minho a nadar?

JP – Sim. Colocávamos a roupa à cabeça.

AE – Episódios para recordar.

JP – Coisas do antigamente.

AE – Também ajudava os seus pais nos afazeres domésticos?

JP – Na agricultura sei fazer praticamente tudo, menos podar. Actualmente, ainda dou as orientações fundamentais na quinta da diocese que está ligada à casa episcopal.

AE – É natural ver o bispo de Viana a trabalhar na quinta?

JP – Faço isso com a maior simplicidade.

AE – O que gosta mais de fazer na quinta?

JP – Gosto de muito de acompanhar o germinar e o primeiro crescimento das culturas. Dá-me um gosto muito particular.

AE – Ver nascer os feijões, as batatas e o milho.

JP – Isso mesmo. Parece que cresço com elas. Eu conheço as regras e o tempo das culturas.

AE – Por outro lado, o sabor das refeições tem outro paladar com os produtos agrícolas vindos da quinta.

JP – A quinta alimenta a casa. Eu não permito que sejam colocados adubos nos produtos agrícolas.

 

Futuro

AE – Ainda se sente um bispo jovem com os jovens?

JP – Creio que tenho uma relação normal e comum com os jovens. Nesse aspecto, a Psicologia ajudou-me muito.

AE – Está preocupado com a ausência de valores nesta camada populacional?

JP – Esta falta de valores é um problema cultural. Um problema da cultura em decadência. Na escola, os objectivos fundamentais não estão centrados nos valores, mas no êxito e na produção.

AE – Uma das apostas para a sua diocese é a Pastoral Familiar?

JP – É o objectivo prioritário para a pastoral deste ano.

AE – E em relação ao futuro o que falta fazer na diocese?

JP – Eu programo a curto prazo. Os meus 73 anos recomendam que não faça grandes programações além daquilo que espero vir a fazer.

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Agência ECCLESIA

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