Testemunho de jovem animou Conferências Vicentinas de Braga

A falta de jovens nas Conferências Vicentinas voltou a ser referida numa reunião da Sociedade de São Vicente de Paulo, ontem em Braga, que terminou com a intervenção de Helena Rocha – um testemunho que confirmou o afastamento da juventude, mas também evidenciou o protagonismo que ela pode ter na assistência às pessoas mais desfavorecidas. Em Braga, tal como em todo o país, é reduzida a participação de jovens nas Conferências Vicentinas, reconheceu Helena Rocha, que em fins de Janeiro participou em Fátima numa reunião de jovens da Sociedade de São Vicente de Paulo. Neste encontro, que Helena Rocha considerou «pioneiro», debateu-se a formação que os jovens vicentinos têm e a que devem ter, formas de divulgar a Sociedade de São Vicente de Paulo (o que é, o que faz…) e a criação de um sítio na internet, actualizado. «Os jovens têm que atrair os jovens», disse, em jeito de apelo, aquela vicentina de Gualtar, confiante no rejuvenescimento das Conferências Vicentinas. A mesma confiança foi antes manifestada por Manuel Joaquim Palha, que preside ao Conselho de Zona de Braga há poucas semanas. Segundo este dirigente, há jovens com espírito vicentino, mas precisam de ser convocados para as actividades da Sociedade de São Vicente de Paulo. Nesse sentido, sugeriu Helena Rocha, urge actualizar os contactos de quem já pertence às Conferências Vicentinas, constituindo-se assim uma base para atrair mais juventude. Na sua intervenção, Manuel Palha chamou a atenção para os «problemas gravíssimos» que afectam cada vez mais as pessoas e famílias portuguesas. Para piorar a situação, «há muitos oportunismos», o que exige das Conferências Vicentinas maiores cuidados. Ainda segundo aquele dirigente, compete a estas instituições da Igreja «ajudar as pessoas a fazer a gestão dos próprios consumos», pois há «gastos que não são admissíveis». Na abertura da Assembleia Geral da Quaresma das Conferências Vicentinas de Braga, como é designado o encontro ontem realizado no Centro Cultural e Pastoral da Arquidiocese, Manuela Almerinda Marques recordou o lema da Peregrinação de 2008 a Fátima da Sociedade de São Vicente de Paulo: “Viver em verdade”. «A verdade torna-nos bons e a bondade é verdadeira. Não tenhamos medo de afirmar a verdade, sempre que estejam em causa valores que conduzam à justiça, paz, solidariedade, caridade e perdão recíprocos », disse a presidente do Conselho Central. «Enquanto a verdade não for considerada um valor humano essencial, a justiça não cumprirá a sua verdadeira missão. O Senhor chama os seus discípulos a construir a unidade na caridade e na verdade», acrescentou Manuela Almerinda Marques, dirigindo-se à cerca de meia centena de vicentinos e vicentinas ontem reunidos em Braga – quase todos com muitos anos de missão –, a quem também disse: «Devemos dar não tanto algo do que possuímos, mas darmo- -nos a nós próprios. Se assim fizermos, estamos a testemunhar que não é a riqueza material que dita as leis da existência, mas o amor». A peregrinação nacional a Fátima da Sociedade de São Vicente de Paulo realiza-se, este ano, nos dias 19 e 20 de Abril. A fim de melhor identificar os vicentinos da Arquidiocese de Braga, ontem foi sugerido – e aceite – a elaboração de um estandarte. Antes, o cónego António Macedo apresentou uma meditação sobre a Quaresma e a Páscoa, baseando- -se na Mensagem do Arcebispo Primaz publicada na Quarta- feira de Cinzas e que tem como título: “O dar-se como compromisso”. Uma proposta que, explicou aquele sacerdote, resume bem a missão das Conferências Vicentinas.

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Agência ECCLESIA

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