Nas jornadas sociocaritativas da diocese do Algarve, o Pe. José Maia frisou que o “politiquês e o eclesialês são dois dialectos terríveis que não nos deixam ser pessoas do sim ou do não como Cristo pediu”. Realizadas dia 23 deste mês e organizadas pela Cáritas do Algarve, nesta iniciativa o antigo presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) realçou que Jesus Cristo trouxe “uma revolução brava ao mundo, pelo que disse, fez e transformou. Na conferência subordinada ao tema «O agir social da Igreja – ontem, hoje e amanhã», o orador pediu aos presentes para que intervenhamos na história e não contemos apenas a vida de Cristo”. “Temos de fazer acontecer” porque “Cristo fez acontecer”. Na sua mensagem, Jesus não falou “uma coisa muito esquisita que é o eclesialês: linguagem complicada feita apenas para os militantes”. “Os políticos é que têm o politiquês, falam de maneira que ninguém os percebe e podem mentir à vontade que é sempre verdade. Uma linguagem que dá para o sim e para o não” – frisou o Pe. José Maia. A pedagogia cristã está enraizada na ida ao encontro dos outros. A celebre frase «Faz-te ao largo» impele-nos para ir ao encontro. “Os cristãos sabem muitas respostas mas é para perguntas que ninguém faz” – afirmou o orador. Esta actividade integrada na Semana da Cáritas e subordinada ao tema «Acção Social – Intervenção Cristã» contou também com a presença de Maria do Rosário Carneiro. Na sua conferência salientou que é fundamental “termos capacidade para lermos os sinais das evoluções”. O trabalho em rede é imprescindível. “Só assim correspondemos às necessidades das pessoas” – disse a oradora. Quem acompanha a realidade – observou o Pe. José Maia – nota que “o povo vive uma sensação de abandonado”. E exemplifica: o caso da banca e dos seguros – “com os lucros fabulosos” -, são cenas “pornográficas”. Perante estas situações, o antigo presidente da CNIS pede aos cristãos para não ficarem calados. “Não podemos ficar silenciosos”.