Eutanásia é sinal de cultura de morte, diz o Papa

Bento XVI afirmou este Sábado que “a tentação da eutanásia aparece como um dos sintomas mais alarmantes de cultura da morte que avança sobre tudo na sociedade do bem-estar”. O Papa falava perante os participantes na XXII Conferência Internacional do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, dedicada ao tema do cuidado pastoral dos idosos doentes. Joseph Ratzinger pediu a cientistas, investigadores, médicos e políticos que evitem o avanço da eutanásia. “É preciso um empenho geral para que a vida humana seja respeitada, não só nos hospitais católicos, mas em todos os outros lugares”, disse. No seu dicurso, o actual Papa lembrou que João Paulo II sempre estimulou cientistas e médicos “a empenharem-se na pesquisa para prevenir e curar as doenças da velhice”. “Especialmente durante a sua doença, ofereceu um testemunho exemplar de fé e coragem”, afirmou Bento XVI a respeito do seu predecessor. O Papa pediu que os médicos “não caiam na tentação de recorrer a práticas para abreviar a vida idosa e doente, que resultariam em formas da eutanásia”. “A vida humana é, em todas as suas fases, merecedora do máximo respeito, mais ainda durante a velhice e a doença”, afirmou. Bento XVI também fez críticas à “actual mentalidade do ‘eficientismo’, que tende a marginalizar as pessoas que sofrem, como se estas fossem um peso e um problema para a sociedade”. Segundo o Papa, as pessoas que “têm o sentido da dignidade humana” sabem que os idosos e doentes devem ser respeitados e tratados enquanto passam por dificuldades de saúde. “É justo recorrer ao uso de tratamentos paliativos, que, mesmo que não possam curar, são capazes de aliviar as dores da doença”, afirmou Bento XVI. Além dos indispensáveis tratamentos clínicos, disse, “é necessário mostrar amor aos doentes, porque precisam de compreensão, conforto e constante apoio e companhia”. O Papa referiu ainda que “é oportuno, enquanto for possível, que as famílias sejam as responsáveis por seus idosos com reconhecido afecto, e que, desse modo, possam passar a última fase de sua vida em casa e preparar-se para morrer num clima de calor familiar”. Falando aos responsáveis pela pastoral da saúde, Bento XVI referiu que, graças ao aumento da expectativa de vida, o cuidado com os idosos diz respeito a uma população cada vez mais numerosa, portadora de múltiplas necessidades, mas, ao mesmo tempo, de indubitáveis recursos humanos e espirituais. “A velhice constitui a última etapa da nossa peregrinação terrena, que tem fases distintas, cada uma com luzes e sombras próprias. E são cada vez mais frequentes perguntas como: faz sentido a existência de um ser humano que se encontra em condições muito precárias, porque idoso ou doente? Porque continuar a defender a vida, não aceitando a eutanásia como libertação? É possível viver a doença como uma experiência humana a ser assumida com paciência e coragem?”, questionou. “Jesus, morrendo na cruz, deu ao sofrimento humano um valor e um significado transcendentes. Diante do sofrimento e da doença, os fiéis são convidados a não perder a serenidade, porque nada, nem mesmo a morte, pode separar-nos do amor de Cristo”, apontou. (Com Rádio Vaticano)

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