União Europeia: Eurodeputados aprovam resolução sobre perseguição de minorias com base na crença ou na religião

Texto foi alvo de críticas dos bispos católicos, questionando subalternização da liberdade religiosa

Estrasburgo, França, 03 mai 2022 (Ecclesia) – O Parlamento Europeu aprovou hoje em Estrasburgo (França) uma resolução sobre perseguição de minorias com base na crença ou na religião.

O texto, alvo de modificações, lamenta que, em mais de 70 países, as autoridades estejam a aplicar ou a querer introduzir “leis criminais que preveem penas para blasfémia, heresia, apostasia, difamação ou insulto à religião e conversão”, prevendo, inclusive, a pena de morte.

A resolução, aprovada com 496 votos a favor e 28 contra, ressalta a importância de estabelecer um ‘Dia Internacional em comemoração às vítimas de atos de violência com base na crença ou na religião’ (22 de agosto).

A proposta inicial do relator Karol Karski foi contestada pela Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE), cujo secretário-geral, padre Manuel Barrios Prieto, destacou em comunicado que “o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião, bem como o direito inerente à vida, são direitos humanos fundamentais reconhecidos no direito internacional”.

“Qualquer tentativa de minar o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião e o direito à vida por meio de interpretações abusivas que restringem indevidamente o seu objetivo legítimo, ou para sujeitá-los aos ‘supostos direitos humanos’, recém-criados e não consensuais, incluindo o aborto, constituem uma grave violação do direito internacional que desacredita a União Europeia perante a comunidade internacional e perante milhões de cidadãos europeus”, sustenta o responsável católico.

A versão aprovada esta terça-feira mantém referências ao “uso indevido e instrumentalização de crenças ou religiões para impor políticas discriminatórias”, condenando “todos os atos de violência, perseguição, coerção e discriminação contra pessoas com base em sexo ou orientação sexual ou incitação a tais atos, inclusive por líderes religiosos ou por motivos religiosos ou filosóficos”.

A COMECE questionou o tratamento da liberdade religiosa e de pensamento como “direitos de segunda classe”, ao dar prioridade a “outros interesses políticos”.

OC

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Agência ECCLESIA

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