Algarve: D. Manuel Quintas apelou à purificação de tudo o que impede atitudes de serviço

E convidou os cristãos a incluírem nas celebrações do Tríduo Pascal “o drama” e “a tragédia que está a ocorrer na guerra na Ucrânia”.

Foto Samuel Mendonça

Faro, 15 Abr 2022 (Ecclesia) – O bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, disse, na Missa da Ceia do Senhor, que o gesto de Jesus de lavar os pés aos seus discípulos “ilumina visualmente aquilo que é a Eucaristia e o sacerdócio”.

“E este despir-se, tirar o manto e munir-se de um avental, de uma toalha, é o gesto que temos de fazer na nossa vida de purificação, de nos despir de preconceitos, de tudo aquilo que nos afasta uns dos outros e, sobretudo, que nos impede de assumir atitudes de serviço, doação e entrega aos outros, indo ao encontro de todos, particularmente daqueles que estão mais excluídos na sociedade, mais marginalizados”, sustentou D. Manuel Quintas na Missa da Ceia do Senhor a que presidiu na Sé de Faro, na qual repetiu o gesto de Jesus, lavando os pés a 12 homens.

O bispo do Algarve frisou também que “viver uma vida cristã, iluminada e fortalecida pela Eucaristia, significa exatamente viver uma vida também com este sentido de doação e serviço aos outros”.

D. Manuel Quintas lembrou que aquela celebração com que se inicia o Tríduo Pascal faz memória da instituição da Eucaristia, à qual está associada também a instituição do sacerdócio e recorda também o mandamento novo que Jesus deixou.

Foto Samuel Mendonça

O bispo diocesano alertou que estes três aspetos “não são realidades separadas”. “As três estão interligadas. Quando falamos da Eucaristia, falamos também do sacerdócio porque nasceram simultaneamente na Última Ceia que Jesus celebrou”, recordou.

O bispo do Algarve destacou ainda que a novidade do mandamento novo “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” está no «como». “Jesus quer que nos amemos como Ele nos amou”, sublinhou, explicando ser “de maneira gratuita, plena, total, sem fazer aceção de pessoas”.

D. Manuel Quintas convidou os cristãos a incluírem nas celebrações do Tríduo Pascal “o drama” e “a tragédia que está a ocorrer na guerra na Ucrânia”.

“Cada dia mais mortes, mais atrocidades, mais loucuras. Tudo isto que é inqualificável”, lamentou, acrescentando que “a paz do mundo é uma paz que se impõe pela força das armas”. Ao contrário, disse que “a paz de Jesus não tem armas, é desarmada porque brota do coração”.

A Missa Vespertina da Ceia do Senhor introduz na celebração do Tríduo Pascal, considerado o coração do ano litúrgico, o tempo particularmente significativo para toda a Igreja e para cada cristão pela celebração dos mistérios fundamentais da sua fé: a instituição da eucaristia e do sacerdócio, a paixão, morte e ressurreição de Jesus.

Como é hábito, no final da celebração o Santíssimo Sacramento foi levado em procissão e colocado em lugar de destaque no interior da catedral para veneração e adoração dos fiéis por só se voltar a celebrar a eucaristia na Vigília Pascal de Sábado Santo.

LFS

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Agência ECCLESIA

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