Conhecer o Algarve para anunciar

D. Manuel Quintas sublinha a importância de uma renovação da Igreja, para que «continue fiel a Cristo e à pessoa humana» “Fazei o que ELE vos disser” constitui o lema inspirador do Programa Pastoral da diocese do Algarve até 2012. D. Manuel Quintas, em Nota Pastoral publicada há uns meses quis reafirmar a centralidade do anúncio e do testemunho de Cristo, como fundamento e conteúdo essencial de toda a acção pastoral. Mas sublinhou que toda a acção que daqui possa advir precede da escuta e da oração pessoal e comunitária, sendo estes elementos qualificativos de toda a programação pastoral e condição de toda a vida pastoral autêntica – o verdadeiro agir parte da referência permanente a Cristo. Algum tempo depois do lançamento da nota pastoral, D. Manuel Quintas sublinha a importância de uma formação contínua para todas as idades e agentes da pastoral, com vista a “uma renovação da Igreja, para que continue fiel a Cristo e à pessoa humana”. Em declarações ao Programa ECCLESIA, o bispo do Algarve afirma que “no nosso tempo, as interpelações que se colocam e a formação são meios imprescindíveis”, mas aponta a necessidade de cada pessoa escutar o apelo que lhe é dirigido, pois “sem esse apelo a escuta não foi bem realizada”. Os presbíteros e diáconos, os agentes da pastoral são leigos empenhados “na catequese, no ministério da comunhão”, considera D. Manuel Quintas, mas a Palavra é essencial nestes serviços. Reunirem-se para reflectir é “por si só um desafio e daqui sairão alguns apelos” que permitam fazer chegar a mensagem de uma forma mais directa. “Aqueles que estão à frente dos grupos são os primeiros destinatários das jornadas”. Já em Nota Pastoral, o bispo do Algarve advertia para a necessidade de “passar de uma atitude de espera e de acolhimento, a uma pastoral da proposta directa, do convite e do chamamento pessoal, com uma pastoral corajosa e franca, mais incisiva e concreta, mais dirigida à pessoa e não apenas ao grupo, mais feita de envolvimento e não apenas de apelos vagos, mais provocadora do que conformada com a dificuldade actual em fazer e acolher propostas que conduzam a uma opção definitiva da vida”. Neste sentido as últimas Jornadas Pastorais da Liturgia pretendiam ser esse espaço de formação e conhecimento. Não é um caminho fácil, como aponta D. Manuel Quintas. “Normalmente quer os párocos quer os que com eles colaboram nas comunidades pensam que já sabem tudo das comunidades cristãs”, mas a sociedade pede uma constante actualização e uma escuta às interpelações que deixa. Tendo em conta também “a grande mobilidade no Algarve, há sempre aspectos novos que surgem para os que anunciam”. “Não tem sido fácil para algumas comunidades paroquiais desenvolver este trabalho, mas não será por causa disso que vamos deixar de insistir e gostaríamos que no fim do ano em todas as comunidades houvesse uma ideia o mais clara possível de quem são os destinatários e aqueles que constituem a nossa comunidade cristã, a nível de idades, de necessidades, de proveniência”, sublinha o prelado, pois tudo é caminho e o importante é “mesmo que não consigamos chegar ao objectivo que nos propomos, o programa pastoral está à frente de nós, puxa, dinamiza e impele a caminhar em sintonia, e só isso é muito positivo e ajuda-nos a crescer como Igreja”. A diocese está atenta às mudanças sazonais que o Algarve é alvo. “Sabemos que muitos nos procuram no Verão, mesmo que só para a eucaristia, nessa época são multiplicadas e por isso temos de ir ao encontro do que nos pedem”, afirma disponibilizando-se inclusivamente para celebrar eucaristias à noite. Com esta atitude D. Manuel Quintas pretende cada vez mais conhecer a sua diocese, pois o conhecimento pede posteriormente a resposta adequada. E com entusiasmo afirma que “a igreja é feita desses desafios, sempre com muita esperança e dinamismo do Espírito e se tivermos abertos à sua acção, encontraremos formas de resposta”, sublinha. Também o Espírito alimenta os dons de cada um. Assim crê o bispo do Algarve ao confrontar-se com os agentes da pastoral. “Quem somos nós para nos medir quantitativamente, pois é Deus que nos mede e Ele é que actua”. De qualquer forma é com alegria que vê a caminhada de alguns seminaristas da diocese, que conta com alguns a concluir os seus estudos e a iniciar o processo para a ordenação. “Se chegam para as necessidades? Se calhar não”, tendo em conta os padres mais idosos que estão à frente das comunidades e que esperam, alguns há mais de um ano ser substituídos ou aliviados no seu serviço pastoral. “Mas é com muita esperança que olhamos para estes que agora vão receber o ministério de leitores ou outros que venham”, aponta. As visitas pastorais são uma forma de o bispo estar algum tempo em cada realidade, junto dos párocos e mais próximo das pessoas, visitando o que faz parte da vida da paróquia e estando atendo ao que é externo à Igreja, a nível de instituições públicas e privadas, os doentes as crianças, os jovens. “Tudo isso dá de facto um conhecimento muito próximo da realidade. Mesmo os próprios padres me alertam para realidades e comunidades que eu não conheci” reconhece, afirmando que é com alegria que visita esses locais novos.

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