São José: Bispo de Santarém destaca convite a «colaborar na edificação de uma sociedade mais acolhedora»

D. José Traquina assinalou que os perseguidos têm em São José «alguém que os entende»

Santarém, 19 mar 2021 (Ecclesia) – O bispo de Santarém afirmou que os perseguidos têm em São José “alguém que os entende” e incentivou ao acolhimento de migrantes e refugiados, numa reflexão sobre a Carta Apostólica ‘Patris Corde’, do Papa Francisco.

“O acolhimento de São José convida-nos também a abrirmos o coração. Somos convidados a colaborar na edificação de uma sociedade mais acolhedora, não é uma sociedade com medo, uma Europa cheia de medo que faz um muro à volta para não entrar ninguém”, disse D. José Traquina, esta quinta-feira, numa sessão transmitida online.

A partir da Carta Apostólica ‘Patris Corde’ (com coração de pai), que o Papa Francisco escreveu para o Ano dedicado a São José, que a Igreja Está a viver até dezembro, o bispo de Santarém assinalou que o “acolhimento de José” convida “a receber os outros, sem exclusões”.

“Já nos basta o medo da pandemia, os medos sociais, os muros sociais. È preciso confiar e ter capacidade de acolhimento, com exigência, procurando desenvolver os critérios legais pelos quais os emigrantes podem cá chegar; Sempre houve migrações no mundo”, explicou.

D. José Traquina, que é também o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana da Igreja Católica em Portugal, realçou que “os perseguidos têm em São José alguém que os entende”.

“Nós, Igreja, com estas figuras tão interessante da nossa história temos uma dimensão profética no que diz respeito ao acolhimento e à fraternidade da sociedade. Essa é a nossa experiência há dois mil anos”, destacou.

O bispo de Santarém assinalou que “é muito bonito” quando se celebra de portas abertas nas igrejas e entram pessoas que reconhecem estar cá “há menos tempo” e partilhou que “têm aparecido indianos a participar na Missa”, onde estão com “respeitabilidade” e no final “pedem uma bênção”, vão falar, sentem que “a Igreja também é sua família”.

Na sua carta, o Papa Francisco também destaca a dimensão de ‘Pai trabalhador’ em São José, e D. José Traquina observou que existem “cerca de 700 mil estrangeiros em Portugal e são necessários à sociedade portuguesa”, alertando que há quem se aproveite “das migrações para explorar”.

“Tenho ouvido alguns industriais estarem absolutamente conscientes que se não vai subsistir sem estrangeiros, num espaço de 10 anos têm de vir muitos estrangeiros para as que já existem continuarem”, observou.

O bispo de Santarém assinalou que o trabalho é “um valor da sociedade, é a realização da própria pessoa”, e sem trabalho não há nada.

“É uma bênção para a realização das pessoas, a edificação da sociedade, e para colaborarmos com deus no projeto da criação continuada, somos cocriadores com Deus”, acrescentou.

D. José Traquina sugeriu também aos pais para lerem, principalmente, a dimensão de São José ‘Pai na sombra’ que “é muito interessante” para ajudar na reflexão de um casal que tem “preocupação com os seus filhos”, como se desenvolve uma “pedagogia pai e mãe para se acompanhar os filhos”.

A 8 de dezembro de 2020, o Papa Francisco anunciou um Ano dedicado a São José, para assinalar o 150.º aniversário da sua declaração como padroeiro da Igreja universal, feita pelo Beato Pio IX a 8 de dezembro de 1870.

Na sessão realizada esta quinta-feira, véspera da Solenidade de São José, o padre Francisco Ruivo anunciou que a Vigararia de Santarém vai dinamizar, até ao final deste ano especial, encontros mensais de reflexão e a próxima sessão é sobre ‘São José na Sagrada Escritura – Fundamentos Bíblicos’, a 16 de abril, na igreja paroquial de Pernes.

CB

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