Vaticano: Papa abre caminho à beatificação de juiz assassinado pela Mafia

Cidade do Vaticano, 22 dez 2020 (Ecclesia) – O Papa aprovou o decreto que reconhece o martírio de Rosario Livatino, juiz siciliano assassinado pela Mafia em 1990, informou hoje o Vaticano.

O decreto foi publicado depois de uma audiência concedida por Francisco, esta segunda-feira, ao prefeito da Congregação das Causas dos Santos, D. Marcello Semeraro.

Rosario Angelo Livatino, italiano, nasceu a 3 de outubro de 1952, em Canicattì, província de Agrigento, na ilha da Sicília, onde foi assassinado a21 de setembro de 1990.

A 21 de setembro de 2017, Francisco recordou no Vaticano as vítimas das máfias e da corrupção na política, ao receber em audiência os membros da Comissão Parlamentar italiana Antimafia.

Na ocasião, o Papa evocou Rosario Livatino e outros dois magistrados italianos mortos pela Mafia, Giovanni Falcone e Paolo Borsellino.

Já em novembro de 2019, num discurso aos membros do Centro de Estudos “Rosario Livatino”, o Papa disse que Livatino “é um exemplo não só para os magistrados, mas para todos os que trabalham no campo do direito: pela coerência entre a sua fé e o seu compromisso com o trabalho, e pela relevância das suas reflexões”.

Livatino é um exemplo não só para os magistrados, mas para todos os que trabalham no campo do direito: pela coerência entre a sua fé e o seu compromisso com o trabalho, e pela relevância das suas reflexões.

O portal ‘Vatican News’ sublinha o compromisso de fé do juiz siciliano, “sempre atento à pessoa e às dimensões da redenção e do crime, capaz de condenar, mas também de entender, dando, como ele próprio escreveu, ‘uma alma à lei’”.

“Uma vida dedicada ao estudo de Direito e a um conhecimento profundo do fenómeno mafioso, com grande capacidade de encontrar nexos e recriar tramas, de modo a assinar sentenças importantes que o teriam levado para a mira da ‘Cosa Nostra’”, acrescenta a nota sobre Rosario Livatino.

Os decretos publicados hoje pela Santa Sé reconhecem ainda as virtudes heroicas de sete católicos, entre eles D. Vasco de Quiroga, bispo espanhol que morreu em Pátzcuaro, México, a 14 de março de 1565.

OC

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Agência ECCLESIA

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