Ataques israelitas esvaziam igrejas do Líbano

Algumas das mais importantes igrejas católicas de Beirute celebraram a missa de Domingo para um número escasso de fiéis, num dia em que, normalmente, centenas de pessoas participam na celebração. Na igreja de São Francisco dos Capuchinhos, por exemplo, participaram na missa apenas 30 fiéis, na sua grande maioria cidadãos de origem filipina. O Líbano é o único país do Médio Oriente de maioria cristã (53% da população). A Custódia da Terra Santa já criticou a inércia da comunidade internacional perante a crise militar entre o Líbano e Israel. Israel efectuou hoje novos bombardeamentos contra o porto de Beirute e outros alvos em redor da capital libanesa. Ontem, domingo, oito israelitas morreram em Haifa, terceira maior cidade israelita, vítimas de “rockets” lançados pelo Hezbollah. A ofensiva de Israel no Líbano dura já há seis dias, como represália pela captura de dois soldados israelitas pelo grupo xiita Hezbollah. Os bombardeamentos das forças israelitas, ao longo de todo o dia de ontem e de acordo com um balanço provisório, provocaram 39 mortos e 106 feridos, todos civis e que, na sua maioria, ficaram presos sob os escombros das suas habitações ou dos locais onde tinham procurado refúgio. O jornal do Vaticano, “L’Osservatore Romano”, criticou na sua edição de ontem o “imobilismo” das Nações Unidas perante os ataques de Israel e do Hezbollah. O Vaticano tem acompanhado de perto o desenrolar da situação e este Domingo Bento XVI pediu que todos os cristãos rezassem pela paz no Médio Oriente e “pelas numerosas vítimas” do conflito entre Israel e o Líbano. O Papa condenou também o recurso às represálias e manifestou as suas graves preocupações, entre outras coisas, pelas numerosas vitimas entre a população civil. “Nestes últimos dias as noticias da Terra Santa são para todos motivo de novas graves preocupações, em particular pelo estender-se de acções bélicas também ao Líbano, e pelas numerosas vitimas entre a população civil. Na origem de tais contraposições desumanas estão infelizmente situações objectivas de violação do direito e da justiça”, disse. O Papa frisou, contudo, que “nem os actos terroristas nem as represálias, sobretudo quando existem consequências trágicas para a população civil, podem justificar-se”. “Por semelhantes caminhos – como a amarga experiência ensina – não se chega a resultados positivos”, alertou.

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