O outro lado da “bola”

Pe. Vasco Pinto Magalhães deixa um olhar crítico sobre o Mundial Uma “competição cega”, “alienante”, e que “constitui uma espécie de religião sem Deus”, é a forma como o Pe. Vasco Pinto Magalhães caracteriza o mundo do futebol, numa altura em que o planeta está de atenções viradas para a Alemanha, onde 32 nações disputam o Mundial de Futebol. Em conversa com o programa ECCLESIA o sacerdote Jesuíta observa uma visão diferente de um acontecimento que – refere- “por envolver praticamente o mundo inteiro tem uma importância que não se pode dizer que não exista”. Confessa-se um grande apreciador pelo desporto, mas quanto a este evento manifesta uma “dificuldade enorme em ver desporto” nesta prática. Porém, rende-se ao facto de que isto “também faz falta” à cultura das pessoas. Para o Pe. Vasco Pinto Magalhães, desporto “é um conjunto de actividades lúdicas que dignificam o ócio a liberdade e o espaço de relação fraterna” e, nesse rol de características, não identifica o futebol que – lamenta – constitui, na sua óptica “uma espécie de religião sem Deus”. No apelidado «desporto-rei», “o deus é a fantasia, o pequeno êxtase do momento”, que leva as pessoas a fazer sacrifícios para pagar grandes somas por um bilhete para assistir a um jogo. Por isso, considera haver um “grande perigo de alienação”, embora reconheça que “as pessoas precisam disso”. O ambiente que gira à volta destes eventos e dos seus protagonistas, caracterizado por uma grande euforia, “está viciado pelo negócio”, e gera um “fabrico de heróis fáceis, com pouco conteúdo e poucos valores, que ganham financeiramente de uma forma desproporcionada e até imoral. Mas são estes os heróis que estamos a promover”, sublinha.

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