Portugal: «Racismo é sempre de condenar» – Bispo das Forças Armadas

D. Rui Valério rejeita acusações dirigiras contra polícias e militares no país

Foto: DR

Lisboa, 13 jul 2020 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança de Portugal afirmou hoje que o “racismo é sempre de condenar, a todos os títulos”, mas rejeira as acusações contra agentes policiais e militares, nesta matéria.

“O que eu testemunho, e fui capelão militar também, é que ali não há racismo absolutamente, tanto no ISCPSI (Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna), como na Academia Militar, como na Escola Naval, como nas Escolas de Formação para Polícia”, disse D. Rui Valério à Agência ECCLESIA, evocando ainda os “acordos de cooperação com todos os países da lusofonia” neste setor.

“Absolutamente, não há; tantos elementos nossos agentes são provenientes dessas culturas. Dizer que há tolerância é diminuir aquela sã camaradagem e harmonia que existe entre os nossos elementos de segurança e todos os outros cidadãos”, acrescentou, numa entrevista emitida hoje no Programa ECCLESIA (RTP2).

O responsável pelo Ordinariato Castrense considera que um “português genuíno, autenticamente português, não é racista”, admitindo que tem “muita dificuldade em conceber a própria existência do racismo”.

“Desde criança me habituei a lidar e a conviver com pessoas, irmãs e irmãos na fé e na humanidade, que provinham de outras etnias. Quem nasceu no tempo em que Portugal envolvia uma multiplicidade de etnias, culturas e também cores de pele, não está à vontade, e não tem essa mentalidade”, acrescentou.

Para D. Rui Valério, o racismo “é para ser sanado, sarado, é para ser curado, o racismo é uma doença”.

No dia 25 de maio, George Floyd, um homem negro de 46 anos, morreu em Minneapolis (Minnesota, EUA), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante largos minutos, apesar dos seus alertas de que não conseguia respirar, que geraram manifestações por todo o mundo, inclusive Portugal, umas pacíficas e outras não.

“Quando vejo que uma manifestação, uma justa e legitima reivindicação de respeito pela dignidade do outro, pelo que ele é, se transforma numa campo de batalha, em momento de violência, pergunto-me qual é que é a diferença”, desenvolveu.

Neste contexto, o bispo português lamentou que jovens universitários “enveredem e abracem a violência como caminho seja para o que for, porque é a derrota da civilização”.

“Quando vejo que o saber pode dar azo à violência é uma contradição, é contranatura”, acrescentou.

PR/CB/OC

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Agência ECCLESIA

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