D. António Ferreira Gomes ultrapassou o arco do seu tempo

O congresso não foi destinado O pensamento e as atitudes de D. António “têm uma força que lhe advêm das circunstâncias que o rodeavam, quer no Alentejo (Portalegre), quer no Porto, quer no país e na própria Igreja” – disse à Agência ECCLESIA D. Carlos Azevedo, bispo auxiliar de Lisboa e elemento da Comissão Científica do Congresso Internacional “Ser cristão na sociedade: aqui e no futuro”, terminado ontem (10 de Maio), na cidade do Porto. Esta iniciativa serviu para celebrar o centenário do nascimento de D. António Ferreira Gomes. Com um pensamento “muito sólido” e baseado na “fonte tomista”, o homenageado deu os “princípios para uma ética posta à prova”. E acrescenta: “teve que a enfrentar com alguma solidão”. Quem contacta, lê e revisita os escritos de D. António Ferreira Gomes dá conta que “ele, de maneira incisiva e evangélica, respondeu às questões que estavam diante dele”. Os escritos do «bispo do Porto» indicam-nos caminhos de análise e reflexão sobre questões actuais. “Foi um profeta do século XX porque muitas das suas interpretações da realidade perduraram par além do arco do seu tempo” – realça D. Carlos Azevedo. Com fundamento sólido, D. António Ferreira Gomes combateu “o que era caduco e efémero”. E acrescenta: “muitas vezes as pessoas agarram-se a uma forma do cristianismo que não tem futuro”. No meio da “espuma do aparente”, o homenageado era capaz de ir ao fundo das questões. “Isto é verdadeiramente profético” – salienta. Natural de Milhundos (Penafiel), a sua terra natal recebeu os congressistas que participaram na homenagem a este “filho ilustre” da terra. O povo mobilizou-se mas – salienta D. Carlos Azevedo – “não foi como uma festa de aldeia”. E continua: “todos anos alguém da fundação SPES vai lá celebrar no dia da morte de D. António”. Três dias “densos” e de “reflexão” para as pessoas que participaram neste conjunto de acontecimentos. A Fotobiografia será objecto de leitura e de apreciação e “ficará como registo fotográfico e documental” – admitiu. A peça de teatro também complementa – para outro género de público – a “personalidade e intervenção a nível nacional de D. António Ferreira Gomes”. Outra forma de divulgação. Com o DVD, as pessoas através destas novas formas de linguagem têm um “acesso facilitado” porque “atravessa fronteiras” – declarou. E conclui: “este centenário não foi destinado a comemorar D. António mas a revisitar as suas perspectivas”. (O Documentário editado pela Fundação SPES – D. António Ferreira Gomes: um Bispo ao Serviço da Liberdade – será emitido no programa 70×7 do próximo Domingo, às 9h25, na :2)

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