Quaresma: Bispo de Angra destina renúncia à recuperação da igreja da comunidade do Capelo, atingida por incêndio

«O mistério pascal do Filho de Deus é celebrado no hoje da nossa história concreta» – D. João Lavrador

Foto: Igreja Açores

Angra do Heroísmo, Açores, 19 fev 2020 (Ecclesia) – O bispo de Angra afirma na sua mensagem para a Quaresma que este tempo implica “mudança de mentalidade e de conformidade com a vontade de Deus”, com a “obrigação de atender aos mais desfavorecidos”.

“O nosso modo de vida, na austeridade e na ascese, no limitar o consumo e a viver no essencial para uma vida digna, coloca-nos na direção de proteger o ambiente e de assumirmos modos de vida saudáveis; mas igualmente o dever de partilha com os que sofrem necessidades também materiais”, escreveu D. João Lavrador.

Na mensagem para a Quaresma, o bispo de Angra afirma que na diocese sentem “a dor e comungam com o sofrimento” dos irmãos do Capelo, na ilha açoriana do Faial, “pelo nefasto incêndio que devorou a sua Igreja com riquíssimo património”.

Neste contexto, e tendo em conta “o sentir dos diocesanos”, D. João Lavrador determina que o resultado da renúncia quaresmal se destine à comunidade do Capelo para “ajudar na recuperação da sua igreja paroquial” e incentiva que todos sejam “generosos nesta partilha”.

O bispo de Angra cita a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma, que começa na Quarta-feira de Cinzas, este ano a 26 de fevereiro: “A Páscoa de Jesus não é um acontecimento do passado: pela força do Espírito Santo é sempre atual e permite-nos contemplar e tocar com fé a carne de Cristo em muitas pessoas que sofrem”.

D. João Lavrador explica que o “mistério pascal do Filho de Deus” é celebrado no hoje da história concreta, com as suas esperanças e frustrações, “com os seus sonhos e com as suas desilusões”, entre “ambição de paz e focos imensos de guerra”, no desejo da igualdade e de fraternidade, onde a “realidade” da pobreza e da violência que “invade a sociedade”, “num sonho de cultura da vida e no individualismo atrofiante que se projeta na cultura da morte”.

‘Deixai-vos transformar, adquirindo uma nova mentalidade, para poderdes discernir qual é a vontade de Deus’ (Rom. 12, 2) é a frase com que o bispo de Angra começa a sua reflexão onde lembra que em cada ano o povo cristão é convidado à “renovação profunda do seu ser, tomando consciência da graça batismal, a fortalecer a comunhão com Jesus Cristo” e a “envolver-se mais na missão evangelizadora e na partilha fraterna”.

À diocese açoriana é pedida uma “maior atenção e valorização da Palavra de Deus e dos Sinais” que oferece para uma consciencialização maior do “ser e da missão de todos os batizados”.

“Convido em cada comunidade cristã a definirem-se as diversas etapas que são sugeridas pela vivência de cada semana, como itinerário progressivo de conversão e de interiorização do mistério revelado em Jesus Cristo”, acrescenta o responsável católico.

No documento publicado no sítio online da Diocese de Angra, o bispo assinala que a “oração mais intensa e cuidada” e o sacramento da reconciliação “devem merecer a atenção privilegiada” da comunidade cristã, de cada cristão e dos sacerdotes, e aos presbíteros pede que “dediquem o máximo de esforço” à formação das consciências pela proclamação da Palavra de Deus e “se disponibilizem para atender todos aqueles que se abeirem do sacramento da reconciliação”.

A Quaresma é um tempo de 40 dias que tem início com a celebração de Cinzas, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

Para a vivência deste tempo, o Serviço da Catequese da Diocese de Angra, com a colaboração do sítio ‘Igreja Açores’, vai apresentar uma série de catequeses diárias, com reflexões e propostas de ação para todos os dias, a partir da Bíblia

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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