Síria: Religiosa portuguesa denuncia agravamento da situação económica 

Falta de recursos como gás, eletricidade e desvalorização da moeda ligados à crise do Líbano

Foto: Fundação AIS

Síria, 23 jan 2020 (Ecclesia) – Uma religiosa portuguesa alertou que a situação económica da Síria se está a agravar, devido à crise do país vizinho, o Líbano, e faz com que haja falta de recursos como gás, eletricidade e desvalorização da moeda.

Maria Lúcia Ferreira, conhecida como irmã Myri, diz que “as coisas estão a piorar bastante” e aponta a crise que se vive no vizinho Líbano como uma das causas para esta situação, em declarações à Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS).

“Por exemplo, o gás é por senhas e para cada família há [só] uma bilha por mês”, acrescentando que a situação é tão grave que “quase não se pode comprar comida”, contou.

A irmã explica ainda que “é escasso” o combustível para o aquecimento das casas, a electricidade falta quase todos os dias e o dinheiro vale cada vez menos.

A irmã Myri vive na comunidade religiosa do mosteiro de São Tiago Mutilado,em Qara, onde as religiosas têm desenvolvido vários projetos de ajuda humanitária que também são postos em causa, pois a ajuda humanitária que vinha de vários países do mundo, da Europa aos Estados Unidos, e que tem servido para implementar projectos de desenvolvimento local torna-se difícil.

O mosteiro tem o projeto dos gorros de lã e que apenas fizeram “duas mil peças”.

“Os gorros de lã, destinados a serem distribuídos na Síria “pelas regiões em conflito”, ficaram quase todos por produzir. “Em 2018, fizemos 16 mil… e tudo isto por causa do financiamento. Não temos dinheiro para poder comprar o material e pagar os salários. E isto é apenas um pequeno exemplo…”, pode ler-se no site da AIS.

A fundação pontifícia tem procurado também, através de projectos desenvolvidos localmente pela Igreja, minorar esse sofrimento, como o exemplo da campanha “uma gota de leite”, que se destina a apoiar a alimentação de crianças oriundas de famílias mais carentes que vivem em Homs, Hama e Damasco.

SN

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Agência ECCLESIA

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