Publicações: Kit pedagógico ajuda crianças a tomar consciência dos seus direitos

Iniciativa tem apoio da Comissão de Proteção de Menores do Patriarcado de Lisboa

Lisboa, 27 nov 2019 (Ecclesia) – As psicólogas Rute Agulhas, Joana Alexandre e Adriana Duarte lançaram esta terça-feira um kit pedagógico que procura ajudar a consciencializar pais, educadores, autoridades de segurança e crianças sobre os direitos dos menores.

O kit “Direitos em Jogo”, sobre os direitos e princípios consagrados na Convenção sobre os Direitos da Criança, adotada há 30 anos pela ONU, tem entre os seus parceiros a Comissão de Proteção de Menores do Patriarcado de Lisboa e a Renascença.

Rute Agulhas, especialista em Psicologia Clínica e da Saúde, Psicoterapia e Psicologia da Justiça, disse à Agência ECCLESIA que o objetivo é que “as crianças aumentem os seus conhecimentos sobre os próprios direitos”.

“Por outro lado, queremos também que as crianças, ao jogar este jogo, de uma forma apelativa, descontraída, a brincar consigam perceber também eventuais situações em que os seus direitos não estejam a ser salvaguardados e o que podem fazer nessas situações”

A autora, faz parte da Comissão de Proteção de Menores do Patriarcado de Lisboa, observa que outra das preocupações é ensinar as crianças a perceber “como e a quem podem pedir ajuda”.

“É um material muito descontraído, que pode ser usado na escola, na família, na catequese”, sublinha Rute Agulhas.

A psicóloga adianta que algumas atividades abordam a questão dos abusos sexuais, para que “deixe de ser um tema tabu”.

“É possível prevenir o abuso sexual sem usar linguagem sexualmente explícita, sensibilizando a criança para a importância do corpo, da privacidade do corpo. A mensagem base que tentamos passar a criança é: o meu corpo é meu, os outros não têm o direito de lhe tocar de qualquer forma e em qualquer contexto”.

Outra abordagem relaciona-se com os segredos, “bons e maus”, e o reconhecimento das próprias emoções, sensibilizando ainda para os perigos associados aos usos das tecnologias e da internet.

D, Américo Aguiar, coordenador da Comissão de Proteção de Menores do Patriarcado de Lisboa, disse na apresentação da iniciativa que a sociedade tem de enfrentar o desafio de reconhecer os direitos das crianças, saudando a “provocação” que este trabalho representa para a Igreja Católica.

“Quando dizemos que a tolerância é zero e a transparência é total, tem de ser mesmo verdade. Temos de começar a trabalhar na nascente, com as crianças e os jovens”, observou.

O responsável deixou votos de que, no futuro, se possa erradicar o problema dos abusos de menores, promovendo a “autodefesa” de crianças e jovens face a comportamentos menos próprios.

“Como sociedade, não podemos permitir que aconteçam muitas coisas que, infelizmente acontecem”, referiu ainda o bispo auxiliar de Lisboa, evocando as situações ligadas à violência doméstica.

Produzido e editado pela ‘Ideias com História’, o kit é constituído por dois baralhos de cartas ilustrados, um para crianças mais novas (dos 3 aos 6 anos) e outro para crianças mais velhas e adolescentes (dos 7 aos 14 anos).

O jogo vai ser usado por diversas entidades, entre elas a PSP e a GNR, através dos agentes da Escola Segura.

D. Américo Aguiar adiantou que o Patriarcado de Lisboa vai distribuir o kit nas suas várias instituições, “em todos os locais onde as crianças possam estar presentes”.

PR/OC

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Agência ECCLESIA

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