Ordinariato Castrense: Bispo pediu aos capelães que sejam «pontes» e vivam «para servir»

D. Rui Valério destacou que «o centro de gravidade» da vida e missão de Jesus «são os outros»

Lisboa, 18 abr 2019 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e Forças de Segurança disse hoje aos sacerdotes do Ordinariato Castrense para serem “pontes” que “promovem a passagem do tempo para a eternidade”.

“Convido cada um de nós a deixar-se habitar pelo mesmo Espírito que ungiu e conduziu Jesus de Nazaré, o Messias. É Ele que nos habilita para a Missão e nos configura com Cristo, plasmando a nossa vida de acordo com a sua vida de entrega e doação”, disse D. Rui Valério, esta manhã, na igreja da Memória, em Lisboa, sede episcopal do Ordinariato.

Na homilia enviada à Agência ECCLESIA, o bispo castrense explicou que o Evangelho que escutaram nesta celebração apresentava “Jesus numa típica ação profética”, a proclamar, na Sinagoga de Nazaré, “o centro da sua missão” sintetizada em “ardentes verbos de ação”: “Ungiu/anunciar; proclamar; levar; restituir”.

“A própria vida de Jesus revela-nos Alguém que vive para servir. O centro de gravidade da Sua Vida e Missão são os outros”, acrescentou.

D. Rui Valério explicou que, durante a Última Ceia Jesus, “deixou a gramática da sua morte cruel” que foi o “ápice” da sua vida”, “expendida” em favor dos outros.

“Ele não se anunciou a si próprio, mas proclamou o Reino do Pai; nem agiu em vista de si próprio, mas sempre em vista da humanidade. A sua existência foi uma pró-existência, viver-para-os-outros”, desenvolveu.

O responsável afirmou que o “fascínio” exercido pela Eucaristia e pelo sacerdócio reside na “capacidade inerente de ser força transbordante”, capaz de transportar uma simples criatura e de a “fazer entrar na própria vida de Deus”, por isso, pediu aos capelães não se esqueçam da marca de serem “pontes que promovem a passagem do tempo para a eternidade”.

“Nenhum esforço e nenhuma ação nos realizará tanto como sacerdotes quanto essa comunhão com Deus que, através da nossa ação, se torna efetiva para o povo”, observou.

A Igreja Católica coloca sob a jurisdição do Ordinariato Castrense todos os fiéis militares e também aqueles que, por vínculo da lei civil, se encontram ao serviço das Forças Armadas; são também setores integrantes as Forças de Segurança, ou seja, a Guarda Nacional Republicana e a Polícia de Segurança Pública.

O bispo das Forças Armadas e Forças de Segurança lembrou a sua recente viagem à República Centro Africana, onde visitou os militares portugueses, e revelou que ficou impressionado ao encontrar na Capela do Campo a Última Ceia e São João Paulo II em “duas grandes imagens que se impunham”.

“Impressionou-me porque, quando um militar se retira na solidão deste pequeno templo, junto de Cristo Senhor, em busca de luz, conforto ou alguma explicação para os enigmas da vida, recebe como resposta e como prova da sua bondade os dons do Seu amor inefável, ou seja, a Eucaristia e o Sacerdócio”, explicou aos capelães do Ordinariato Castrense, na Eucaristia que antecipa o início de Tríduo Pascal.

A Missa Crismal reúne em torno do bispo o clero da diocese e são abençoados os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagrado o santo óleo do crisma.

O Ordinariato Castrense antecipa esta celebração para a Quarta-feira Santa, permitindo assim aos sacerdotes a participação na mesma celebração nas suas dioceses de origem, na manhã de quinta-feira.

CB/OC

 Homilia de D. Rui Valério na Missa Crismal

 

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Agência ECCLESIA

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