Ajuda nos centros de reassentamento passa pela distribuição de alimentos e prevenção da cólera
Beira, Moçambique, 01 abr 2019 (Ecclesia) – O arcebispo da Beira desafiou as comunidades católicas à mobilização na reconstrução da região, afetada pela passagem do ciclone Idai há duas semanas, perante um cenário de destruição.
“Avancemos com renovado vigor para a Páscoa, fazendo tudo o que está ao nosso alcance para aliviar os sofrimentos dos nossos irmãos e realçar a nossa fronte, cuidando das nossas casas, colaborando entre famílias, comunidades e paróquias”, escreveu D. Cláudio Dalla Zuanna, numa mensagem divulgada pela arquidiocese moçambicana.
O responsável fala do cenário de “destruição e morte” que o ciclone deixou na região central de Moçambique, e dos “sinais” de esperança que se lhe seguiram, como as pessoas que acolheram os seus vizinhos, as mensagens de solidariedade e a ajuda humanitária, bem como “tantos gestos de generosidade e de amor que passam despercebidos”.
“A nossa diocese pode sair desta dolorosa travessia renovada, mais atenta aos pobres, mais solidária e unida, capaz de viver mais luminosamente a dimensão social do Evangelho”, acrescenta.
O arcebispo da Beira dá conta da destruição de vários edifícios da Igreja Católica, que continua a trabalhar em conjunto com ONG e autoridades públicas para ajudar as vítimas da catástrofe.
As cáritas diocesanas, em coordenação com a Paróquia Nossa Senhora de Fátima de Murraça distribuiu este domingo kits de alimentos que estão no centro de reassentamento.
A organização “Médicos sem fronteiras” está a montar um centro de atendimento no campo de futebol da Paróquia de S. Benedito (Chingussura) e a Organização Mundial para Migrantes, irá instalar no terreno da Paróquia de São Pedro Cláver (Nhamutunga) um centro de acomodação, para acolher as famílias que se refugiaram nalgumas escolas.
A Cáritas Diocesana da Beira deslocou-se a alguns pontos da província de Sofala e descreve um “cenário dramático”, com relato de cadáveres humanos que ainda não foram sepultados.
Em comunicado, a organização destaca a situação na aldeia de Metuchira, onde as famílias “para além de terem perdido as suas casas, perderam também as suas culturas”, projetando-se um “futuro de fome”.
As autoridades moçambicanas atualizaram hoje para 518 o número de mortos provocados pelo ciclone Idai e pela cheias que se lhe seguiram; registaram-se ainda 11641 feridos e mais de 146 mil pessoas estão agora instaladas em centros de acolhimento.
OC
Solidariedade: Campanhas para ajudar as vítimas do ciclone em Moçambique