Lisboa, 26 jul 2018 (Ecclesia) – A Fundação Oriente vai inaugurar hoje a exposição ‘Olhares sobre a Livraria do Convento da Arrábida’, que mostra “livros raros” do convento de Setúbal, às 18h30, no Museu do Oriente, em Lisboa.
Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a Fundação Oriente informa que a exposição apresenta uma seleção de 36 obras, datadas de 1507 a 1860, que “refletem não só o vasto horizonte temporal, mas também a diversidade de saberes” que guardava a Livraria do da Nossa Senhora da Arrábida, que pertenceu à Província Franciscana de Arrábida.
Entre os “exemplares únicos” está uma “cópia inteiramente manuscrita” do Tratado de Quiromancia, de Inácio Vieira (séc. XVIII), com um desdobrável ilustrado dos signos do Zodíaco ou o Jardim Spiritual, de Frei Pedro de Santo António (Lisboa, 1632).
Os visitantes vão poder encontrar os “títulos mais inesperados e inéditos em Portugal”, como o texto de Anders Retzius sobre Botânica, de 1789, ou a História da China, de Martino Martini (1658), entre textos de referência de uma biblioteca conventual franciscana como “o Tratado de Oração e Devoção de S. Pedro de Alcântara, de 1739, ou os escritos de S. Boaventura (1609)”.
A Livraria do Convento da Arrábida era uma “verdadeira biblioteca de estudo e aprofundamento de conhecimentos transdisciplinares”, como demonstram as marcas de uso e anotações manuscritas dos seus livros, bem como a existência de livros proibidos, com marcas de censura como cortes de páginas e rasurados.
Segundo a Fundação Oriente, com 2865 volumes, o acervo da Livraria do Convento da Arrábida permaneceu desconhecido do grande público “até ao presente”, já se encontra inventariado na íntegra no catálogo online do Centro de Documentação António Alçada Baptista.
Esculturas religiosas e alfaias litúrgicas também fazem parte da exposição ‘Olhares sobre a Livraria do Convento da Arrábida’, que vai ser inaugurada hoje às 18h30, no Museu do Oriente, em Lisboa, e pode ser visitada até 28 de outubro.
A Fundação Oriente realça que uma das suas missões é a “preservação do património cultural” e no seu 30.º aniversário dá a conhecer parte do “valioso património bibliográfico de que é detentora”, num convite “à sua descoberta por aficionados do livro e da leitura”.
CB