93 pessoas iniciam formação para voluntariado

Leigos para o Desenvolvimento iniciam ano de formação, conscientes de 20 anos de experiência reconhecida Novos candidatos a voluntários missionários iniciaram a formação. Os Leigos para o Desenvolvimento terminaram ontem, em Lisboa, as sessões de apresentação dos projectos e o itinerário formativo que proporcionam. Braga, Porto, e Coimbra foram também locais onde várias pessoas se mostraram interessadas, num primeiro momento, em perceber a proposta. No Porto a formação já começou. Aos cerca de 20 inscritos nesta cidade, juntam-se mais três de Braga. Em Coimbra a formação vai iniciar-se com cerca de 20 pessoas e em Lisboa estão previstas 50. “O número é inicialmente sempre incerto”, explica Gonçalo Carvalho, responsável pela divulgação e angariação de fundos dos Leigos para o Desenvolvimento – LD – à Agência ECCLESIA. Diz a experiência que “naturalmente na primeira sessão apareçam mais pessoas, ou até falte quem já se inscreveu”. De qualquer forma durante o próximo mês o número de pessoas a frequentar a formação irá estabilizar, “até para se criar um espírito de grupo e de forma a que todos os leigos recebam a mesma formação”. As sessões de apresentação não se destinam exclusivamente a quem deseja partir. A essas se juntam alguns que se interessam pelo voluntariado missionário ou pela própria organização dos Leigos para o Desenvolvimento. Surgem dúvidas sobre os projectos, sobre a possibilidade de continuar a carreira profissional dos países de destino, ou questões sobre a vida em comunidade ou mesmo sobre a formação. Dois factores são essenciais neste processo. A espiritualidade, porque “não somos só cooperantes ou voluntários, mas leigos missionários”, lembra o responsável. Como também ninguém parte sozinho “damos igual importância à vida em comunidade”. A formação em si é composta por quatro etapas: a primeira é a “referênciação” onde a cooperação e o desenvolvimento são abordadas. Segue-se uma segunda etapa mais centrada na espiritualidade e depois uma reflexão sobre auto conhecimento e relações humanas. Por último, põe-se a questão “onde estamos e o que fazemos?”. Terminada esta fase da formação, “as pessoas sabem para onde vão especificamente e a formação entra num quadro mais centrado no país de destino”. Os projectos são diversos, mas desenvolvem-se em três grandes áreas: educação, saúde e promoção social, “para além a pastoral das dioceses, onde todos os voluntários ajudam”. Na educação desenvolvem-se projectos especificamente de “ensino, ou na parte administrativa e pedagógica das escolas” que vão desde a infância até à pré universitária. Mas há também projectos socio culturais, tais como centros de informática, bibliotecas ou ludotecas. Esta Organização auxilia projectos de microcrédito, alfabetização de adultos, e “estamos também a construir um centro cultural com valências similares em Bengela”. Os projectos são similares, decorrentes depois em países diferentes pois a experiência que se vai adquirindo “pode funcionar bem noutros locais”, adianta Gonçalo Carvalho. À chegada, os voluntários missionários têm à sua espera os projectos já implantados no terreno. “Quem está já no terreno vai percebendo as necessidades”, mas a organização tenta também responder a pedidos das igrejas locais ou até mesmo de outras ONG’s. Entre a comunidade – de onde saem as necessidades e novas possibilidades e projectos – e a direcção dos Leigos, em Lisboa, se estabelecem novos projectos a desenvolver. O iniciar de um novo ano de formação de leigos voluntários traz à memória os 20 anos de experiência que esta organização de desenvolvimento oferece. Factor de credibilidade que se tenta passar através das “pessoas nos locais onde estão e do seu testemunho”, nomeadamente, “através dos valores do Evangelho”. Mas não são apenas nos locais de missão que os seus projectos são reconhecidos. Também em Portugal, na apresentação de projectos de financiamento “o facto de termos um trabalho sólido no campo, é um factor positivo”. As populações e dioceses locais reconhecem o trabalho, tanto que “recebemos convites para novas missões noutros locais”, indica Gonçalo Carvalho, porque “sabem que as pessoas que estão no local são competentes e responsáveis pelo cumprimento dos projectos”. Iniciada a formação, só em Junho é que os voluntários tomam a opção de ir ou não. No início da formação, não se estabelece um compromisso de partida nem da organização de envio. “O próprio caminho de formação ajuda a encontrar quem de facto quer partir e quem não quer”.

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