50 anos a afirmar a mulher na Igreja

GRAAL celebra presença em Portugal. Padres sinodais reconhecem papel fundamental do anúncio no feminino. 50 anos de presença em Portugal confere ao GRAAL uma visão e um acompanhamento da história portuguesa. Este aniversário foi celebrado este fim de semana, em Fátima, num encontro Internacional comemorativo do Ano Jubilar do GRAAL em Portugal. O Graal é um Movimento internacional de mulheres cristãs que apresenta como objectivos estimular a valorização pessoal e educação permanente, mas também estimular a contribuição das mulheres para a criação de novos modelos de vida em sociedade e em Igreja e promover a compreensão e a solidariedade entre mulheres de diferentes nacionalidades, raças e culturas, suscitando a introdução de valores de ordem ética e espiritual nas tarefas de ordem técnica, social e cultural. Atravessadas cinco décadas Maria de Loreto Paiva Couceiro recorda à Agência ECCLESIA o constante desafio de “ligar a intelectualidade e a prática. O intelectual deve habitar lado a lado com o manual”. 50 anos de história permitiram acompanhar as mudanças sociais. Com conhecimento Maria Paiva Couceiro afirma que a disponibilidade dos jovens é mais reduzida mas “o GRAAL está a ser reforçado com as novas gerações”. “Há um acréscimo de jovens mulheres interessadas no GRAAL e com um compromisso que parece implicar um envolvimento para a sua vida”, suscita a membro da equipa organizadora do encontro internacional. Maria Couceiro lê “uma busca de sentido entre os jovens, e se eles encontrarem adultos que os acompanhem na busca de sentido para respostas para a sua vida, isso é desafiador. Naturalmente poderá ser uma minoria, mas na minha altura também éramos poucos. O GRAAL não vive para massas. Também a Igreja é fermento, não é uma multidão”, sublinha. Maria Paiva Couceiro aponta a busca de espiritualidade mas que não é folclórica. “É no silêncio, numa busca profunda e no encontro com pessoas que vivem essa procura de forma séria que se encontram respostas”. O Sínodo dos Bispos, que terminou este fim-de-semana no Vaticano, reconheceu nas mulheres uma “relação pessoal com Deus e a capacidade de comunicar o sentido do perdão e da partilha evangélica”, segundo refere o texto das proposições. O texto indica ainda o desejo de que “o ministério de leitor seja aberto também às mulheres, para que na comunidade cristã seja reconhecido o seu papel de anunciadoras da Palavra”. Maria Paiva Couceiro congratula-se pelo reconhecimento da mulher, mas frisa que o papel feminino “vai muito além do ministério de leitor”, pois “o anúncio é próprio do modo de viver, do criar contextos para fazer pensar. A palavra deve vir de uma experiência própria e as duas partes não se desligam. A partilha e o desafio assumidos pelas mulheres advém do relacionamento e do saber estar”.

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