33 causas portuguesas abertas no Vaticano

Novos santos e beatos podem acompanhar proximamente Nuno Álvares Pereira As Dioceses de Portugal têm abertos no Vaticano 33 processos de beatificação e canonização, ao que a Agência ECCLESIA conseguiu apurar junto da Congregação para as Causas dos Santos (CPCS). Não se contabilizam as causas de portugueses abertas em Dioceses estrangeiras. Deste conjunto de possíveis santos e beatos portugueses, os últimos a terem visto o seu processo avançar foram a Irmã Maria Clara do Menino Jesus (1843-1899), natural de Lisboa, fundadora da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, e Mons. Joaquim Alves Brás (1899-1966), que fundou a Obra de Santa Zita. Ambos foram proclamados veneráveis, por Bento XVI, no ano 2008, com o reconhecimento das suas “virtudes heróicas”, o último “degrau” antes da beatificação, que fica agora dependente do reconhecimento de um milagre. Segundo os dados fornecidos pelo Vaticano, os últimos processos registados foram os relativos à Madre Virgínia da Paixão e à Irmã Maria do Monte, ambos abertos pela Diocese do Funchal. Outros seguem os passos necessários, como é o caso da Irmã Maria Rita de Jesus, do Porto, ou da Ir. Lúcia de Jesus, Vidente de Fátima. Os cerca de 70 beatos portugueses reconhecidos pela Igreja Católica desde a independência do país, em 1143, precisam de um milagre para a canonização, como é o caso dos Pastorinhos, beatificados em Fátima no ano 2000. Os fiéis de Portugal beatificados mais recentemente foram Rita Amada de Jesus (2006), Alexandrina de Balasar (2004) e Frei Bartolomeu dos Mártires (2001). Em 2004 foi ainda beatificado o Imperador Carlos de Áustria, que faleceu na Madeira. Entre os processos a aguardar “luz verde” para a beatificação encontram-se os dos Bispos António Barroso (1854-1918), João de Oliveira Matos Ferreira (1879-1962) e Manuel Mendes da Conceição Santos (1876-1955). Há também várias mulheres, como Teresa de Saldanha (1837-1916), Mary Jane Wilson (1840-1916), Luíza Andaluz (1877-1973), Sílvia Cardoso (1883-1950), Maria Isabel Caldeira (da Santíssima Trindade) ou Maria da Conceição Teixeira, a “Sãozinha” (1923-1940). Outras figuras de sacerdotes, como Manuel Nunes Formigão (1883-58), o popular Padre Cruz (1859-1948), Abílio Correia (1882-1967), ou o Padre Américo Monteiro de Aguiar (1887-1956), fundador da Obra da Rua e das casas do Gaiato, encontram-se também à espera de novos desenvolvimentos. Outro processo que poderia avançar em breve é o do monge beneditino frei Bernardo Vasconcelos (1902-1932). Um processo mais antigo, reaberto com o consentimento da Conferência Episcopal Portuguesa, é o de Maria do Lado, fundadora do Recolhimento do Louriçal para religiosas, que morreu em 1632. Santos de Portugal D. Nuno Álvares Pereira, Nuno de Santa Maria, será a partir de 26 de Abril o novo Santo português, juntando assim o seu nome a uma lista que se estende desde antes do início da nacionalidade. A última canonização de um português aconteceu quando Paulo VI, a 3 de Outubro de 1976, declarou Santa a religiosa Beatriz da Silva. Antes de 1143, há registo de mais de 20 Santos (nalguns casos figuras semi-lendárias) que demonstram a implantação que, desde bem cedo, o catolicismo teve no nosso país. Após a independência, contam-se entre os fiéis canonizados pela Igreja Católica sete considerados portugueses: São Teotónio, Santo António, a Rainha Santa Isabel, Santa Beatriz da Silva, São João de Deus, São Gonçalo Garcia e São João de Brito. Curiosamente, todos eles nasceram ou morreram fora do que é hoje Portugal (no caso de São Teotónio, porque ainda não se tinha dado a independência, por ter nascido em 1082), o que não acontece com Nuno de Santa Maria, que nasceu, viveu e morreu no nosso país.

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