2019: «Não convém deixar a cidadania em mãos alheias» – D. Francisco Senra Coelho

Arcebispo de Évora quer cidadãos «empenhados» na vida política e na construção da paz

Foto:Arquidiocese de Évora

Évora, 03 jan 2019 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora pediu à comunidade católica que todos sejam cidadãos empenhados em atos “dinamizadores de paz”, numa mensagem em que recorda o ciclo eleitoral de 2019, em Portugal.

“Que a reconciliação esteja sempre nos nossos horizontes de relacionamento humano e que o perdão faça parte da nossa gramática nas opções de vida. Que os Cristãos Católicos saibam dar sempre o primeiro passo nos caminhos do perdão”, escreveu D. Francisco Senra Coelho.

Num ano de eleições para o Parlamento Europeu (26 de maio) e para a Assembleia da República (6 de outubro), o arcebispo eborense cita o Papa, a este respeito: «Cada renovação nos cargos eletivos, cada período eleitoral, cada etapa da vida política constitui uma oportunidade para voltar à fonte e às referências que inspiram a justiça e o direito.»

“Ninguém deixa de assumir atos politicamente relevantes, mesmo quando se abstém, se alheia ou assume a máscara da indiferença; todas essas atitudes, à partida ditas de neutralidade e abstenção, podem ter possíveis leituras políticas e, por isso, são sempre atitudes politizáveis”, desenvolveu.

Para o arcebispo eborense “não convém deixar a cidadania em mãos alheias”, mas deve-se assumir sempre “com discernimento e em plenitude de liberdade” os “direitos e deveres cívicos” de cada pessoa.

“Os discípulos missionários sabem estender a sua missão também no âmbito da sua cidadania ativa e participativa”, acrescentou.

Na mensagem enviada à Agência ECCLESIA, o arcebispo incentivou que “em tempos de paz frágil” se conquiste “diariamente este dom, um imprescindível bem comum”, com sensibilidade para a humanização, espírito de serviço e “respeito pelo diálogo e pela tolerância”.

Na reflexão sobre a mensagem ‘A boa política está ao serviço da paz’, do Papa Francisco para o 52.º Dia Mundial da Paz, D. Francisco Senra Coelho destaca que “a pertinência e a oportunidade” do tema “são óbvios” num momento complexo do mundo em que “importa proteger a todo o custo a paz e redescobrir a grandeza e o valor cristão da missão política”.

O responsável alertou que “iniciar a violência é fácil e frequentemente fruto de atitudes impensadas e primárias”, como se conhece através de “incontáveis e dolorosas narrativas históricas”, mas “terminar com a violência e com a guerra é tarefa dificílima” e, por vezes, impossível aos humanos.

D. Francisco Senra Coelho realçou também que ano de 2019 implica o “compromisso de prosseguir” com o Ano Missionário, respondendo ao desafio de serem “todos e sempre” discípulos missionários, “pois é a missão que faz a Igreja”.

CB/OC

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