Zimbabué: bispos alertam para fome

Enquanto o acordo de partilha do poder no Zimbabwe continua interrompido, sem acordo entre as partes para a nomeação dos ministros, a Igreja católica lança o alerta sobre as graves condições em que vive a maior parte da população. “Um dos desafios imediatos do novo governo é dar de comer às pessoas, dada a urgente crise alimentar”, explica o Pe. Frederick Chiromba, Secretário Geral da Conferência Episcopal do Zimbabwe. Más colheitas e a difícil condição económica do país são factores que conduzem a população a uma enorme crise alimentar. A situação sanitária também é dramática. O Pe. Frederick Chiromba afirma que nos “hospitais não há medicamentos, os médicos não têm nem aspirinas para dar aos pacientes”. O Secretário da Conferência Episcopal do Zimbabwe evidencia ainda outro problema, pois existem mais de 3 milhões de refugiados no estrangeiro por motivos políticos e económicos. O acordo de partilha do poder assinado no dia 15 de Setembro prevê a formação de um governo de unidade nacional onde participam o partido do Presidente Robert Mugabe, o de Morgan Tsvangirai, líder do Movimento para a Mudança Democrática (MDC), que foi nomeado Primeiro Ministro, e o grupo dissidente do MDC liderado por Arthur Mutambara. O acordo prevê ainda que os três líderes se entendam sobre a divisão dos ministérios. No entanto, até agora, os responsáveis não formularam uma lista dos ministros, porque surgiram divergências sobre a distribuição dos principais ministérios – Defesa, Interior, Informação e Finanças. A renúncia do Presidente Sul-africano Thabo Mbeki, o grande negociador do acordo, gerou uma nova incerteza no processo de reconciliação do Zimbabwe. As partes envolvidas e os representantes das Nações Unidas, que assistem à negociação, confiavam na intervenção do ex-Presidente sul-africano para superar o impasse. Mbeki empenhou-se para que a Comunidade dos Estados da África Austral (SADC) interviesse para ajudar o Zimbabwe a superar a grave crise alimentar. Agora que Mbeki não é mais o Chefe de Estado da África do Sul, sente-se o risco de vir a faltar o impulso decisivo para implantar um plano de ajuda. Redacção/Fides

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