Para evitar que famílias passem fome, um grupo de dez voluntárias recebe todos os dias alimentos para distribuir a quem aparece a pedir no Centro Paroquial das Caldas da Rainha. Entre as 107 famílias já ajudadas em Abril encontram-se 118 crianças. “Algumas mães vêm cá mais do que uma vez por mês, sobretudo para levar leite e farináceos (pão, massas, batatas, arroz, entre outros)”, relata Vicência Cordeiro, secretária da Conferência Feminina Vicentina da Sagrada Família, que presta ajuda a mulheres de uma das duas freguesias urbanas das Caldas da Rainha – Santo Onofre. Para a freguesia de Nossa Senhora do Pópulo existe outra Conferência, situada no Beco da Fé, nº 21. A convicção das voluntárias é de que se não fosse este auxílio, muitas das crianças destas famílias iriam para a escola “com fome”. “São famílias de muita necessidade, bastante carenciadas”, indica Edith Galeão, presidente da Conferência. A entrada no desemprego agravou “a situação de casais com filhos”, aponta. Apesar da necessidade, as famílias tentam esconder a situação em que estão, para que os seus casos não sejam revelados publicamente, e sobretudo as que têm filhos tentam dar a imagem de que o poder paternal é bem exercido, para evitar a intervenção da Segurança Social. Mas a Conferência Vicentina garante o sigilo. “Pedimos comprovativos do IRS, recibos de vencimentos ou subsídios e documentos de despesas, para verificarmos se precisam efectivamente de ajuda, mas os dados são para nossa avaliação e não saem daqui”, refere Vicência Cordeiro. Para o mês de Maio estão já inscritas 104 famílias, com 110 crianças, para serem auxiliadas com alimentos, roupas e brinquedos, angariados com recurso ao Banco Alimentar do Oeste contra a Fome, à Câmara Municipal das Caldas da Rainha, à Igreja e aos donativos das voluntárias. É também prestada ajuda a idosos, alguns dos quais recebem contributos em dinheiro. O horário de funcionamento, na cave do Centro Paroquial, é das 14h30 às 17 horas, de segunda a sexta-feira. Jornalw.org