Voluntariado para a cooperação em sessão de esclarecimento

120 possíveis voluntários reuniram-se para uma sessão de esclarecimento organizada pela Plataforma Portuguesa das Organizações Não Governamentais para o Desenvolvimento (ONGD). Esta plataforma, fundada em 1985, congrega todas as organizações que trabalham na cooperação para o desenvolvimento, num total de 51 organizações. Cátia Abreu, da Plataforma e uma das organizadoras afirmou à Agência ECCLESIA que esta sessão “tinha como grande objectivo dar resposta a perguntas comuns que dirigem à plataforma mas também às ONGD’s”. As dúvidas mais frequentes prendem-se com os requisitos, com os países de destino, com a preparação necessária e com os passos necessários para se ser voluntário”. Esperavam um público maioritariamente universitários, mas “ao contrário do que estávamos à espera, juntaram-se também pessoas de meia idade, com emprego fixo de áreas bastante distintas e outras ainda, que já fizeram voluntariado e procuraram-nos no sentido de lembrar a experiência e dar o seu contributo” relembra Cátia Abreu. Da agenda fizeram parte um esclarecimento de alguns conceitos: “voluntariado”, “voluntariado para a cooperação”, deveres e direitos dos voluntários, apesar da pouca legislação em Portugal. “Fez-se também o retrato das organizações que existem e do voluntariado para a cooperação em Portugal, apesar de não existir um trabalho exaustivo para saber quantas pessoas partem” afirmou Cátia Vieira da Fundação Evangelização e Culturas. O voluntariado missionário tem a especificidade de ser ligado à Igreja Católica, tem uma formação católica e o trabalho a desenvolver é sempre em parceria com institutos religiosos no país de destino. O voluntariado de cooperação ligado às ONGD não tem conotação religiosa. “O voluntariado para a cooperação insere-se numa lógica de projectos a partir da necessidade dos locais, e depois então ver quem se pode enquadrar e partir para dar resposta” refere Cátia Vieira, afirmando que “estes projectos garantem uma continuidade, não geram situações de dependência, e contribuem de facto para a população desses países” ao contrário de outro voluntariado que é mais “vivencial”. A esta iniciativa espera-se agora uma continuidade. “Daí que tenhamos pedido às diversas ONGD’s presentes que se apresentassem para que as pessoas pessoalmente se dirigissem e fossem esclarecidas de acordo com as suas preferências e com os projectos mais específicos” refere Cátia Abreu da Plataforma. Uma necessidade sentida nesta sessão de esclarecimento foi a falta de dados sobre os voluntários para a cooperação. “Apenas temos dados referentes a 2003. Cada organização terá os seus, mas não dispomos da súmula de todos”. De qualquer forma sentem uma crescente sensibilidade para o envolvimento em voluntariado de cooperação. As pessoas que partem são muito diferentes entre si, “pois os projectos também são muito diferentes”, dada a variedade das ONGD’s entre si. “Daí a necessidade de mostrar as organizações para que os voluntários possam optar pela organização que tem mais a ver consigo” conclui Cátia Abreu.

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