Vocações: Igreja Católica é chamada a olhar para esta questão com maior desassossego

Reflexão de D. Virgílio Antunes, bispo responsável pelo setor

Coimbra, 18 nov 2014 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios (CEVM) considera que a Igreja Católica tem de olhar para a escassez de candidatos ao sacerdócio e à vida consagrada com maior desassossego.

De acordo com D. Virgílio do Nascimento Antunes, a expressão “crise de vocações” é um “chavão” que muitas vezes parece só servir para “tranquilizar” a Igreja Católica em vez de a interpelar.

Numa homilia enviada à Agência ECCLESIA, proferida no âmbito da Semana dos Seminários (9 a 16 de novembro), o bispo de Coimbra sublinha que há-que “olhar esta realidade de uma maneira muito diferente”, em cada Igreja local.

Utilizando a sua diocese como exemplo, D. Virgílio Antunes realça a importância dos secretariados católicos procurarem “envolver” mais as comunidades, as famílias, no desenvolvimento de novas vocações.

Os secretariados ligados à pastoral vocacional têm um papel fundamental, assim como os que trabalham diretamente com os jovens, que “são os potenciais candidatos ao sacerdócio” ou a outra missão consagrada dentro da Igreja.

O presidente da CEVM aponta a necessidade de outros setores, como a Pastoral Universitária ou de Ensino Superior, incluírem esta questão nos seus planos e programas.

Todos os jovens universitários “estão a caminhar para a vida, mas têm também ainda muitas interrogações” e é neste campo que aqueles serviços devem trabalhar, identificando a acompanhando aqueles que “se sentem muitas vezes questionados por Deus”, complementa.

Há depois todo um projeto que deve ser construído com as comunidades, através da “Pastoral Familiar”, uma vez que é na família que a vocação encontra o seu “berço”, e da ação dos bispos, dos sacerdotes e agentes católicos nas paróquias.

“Que preocupação, que trabalho efetivo é que nós fazemos no sentido do cultivo das vocações sacerdotais?”, questiona D. Virgílio Antunes, lamentando ainda a falta de crianças e jovens na Igreja, fruto de um problema de “natalidade” mas principalmente de uma fé pouco cuidada na sua raiz.

“A nossa assembleia é muito bela e saímos daqui muito confortados, mas onde estão aqui os jovens e as crianças das catequeses, ou aqueles que potencialmente podem ter uma vocação sacerdotal?”, interpelou.

A Semana dos Seminários teve este ano como tema “Servidores da Alegria do Evangelho”.

JCP

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