Vila Real: Diocese vai dedicar três anos à valorização da Família e do Matrimónio

Plano pastoral prevê a formação e acompanhamento de jovens, noivos e casais

Vila Real, 12 set 2014 (Ecclesia) – A Diocese de Vila Real vai dedicar três anos à “importância e natureza da Família e do Matrimónio”, com a aposta em iniciativas que “valorizem” o “dom” da relação e os seus frutos, no plano humano, cultural e religioso.

Na sua carta pastoral para o triénio 2014-2017, divulgada através da internet, o bispo de Vila Real enumera as ameaças que hoje pairam sobre a Família, desde o “individualismo materialista” às situações de “guerra, pobreza e desemprego” que marcam a sociedade.

Citando o “documento de trabalho” que o Vaticano preparou em função do Sínodo dos Bispos sobre a Família, previsto para o início do mês de outubro em Roma, D. Amândio Tomás sublinha a decadência da “união do homem e da mulher, criados à imagem e semelhança de Deus”.

A chamada “Lei Natural” está a ser “confundida com o agradável e assim do natural espontâneo se chega à poligamia, divórcio, uniões de facto, contraceção”.

O “amor fiel, indissolúvel” está em causa, assim como a fecundidade da relação, pois muitos olham para um “filho” como “um óbice ao bem-estar”, aponta o bispo de Vila Real.

“A privatização da família”, prossegue D. Amândio Tomás, “tira-lhe voz, no trabalho, educação, saúde e na defesa da vida, desliga-a da paróquia e da Igreja e entrega-a à violência e aos erros”.

A carta pastoral destaca ainda ameaças como o “álcool, o jogo, a SIDA e a droga” e fenómenos como “a venda de órgãos e pessoas”, sinais de um tempo caraterizado pelo “descartável”, ou a “comunicação virtual”, que é um “óbice ao diálogo e às relações pessoais”.

No plano religioso, o bispo liga a crise da família também a uma crise espiritual, frisando que o afastamento das pessoas da Igreja, como que um “eclipse de Deus”, está a levar a sociedade a perder as suas “referências” e a cair num regime de “relativismo, imoralidade e desagregação”.

Não deixa no entanto de chamar a atenção da comunidade católica para a responsabilidade de “não avolumar a dor de quem sofre, impondo fardos” ou “desprezando” quem por exemplo é “separado” ou “recasado”. 

“As separações deixam feridas, pedem compreensão e ajuda”, sustenta o prelado, solicitando aos sacerdotes capacidade de escuta, de apoio e esclarecimento.

A Igreja Católica de Vila Real quer “apostar” até 2017 “na formação de jovens”, de “namorados”, sobretudo aqueles que “vivem sem fé e vida cristã, sem saber o que são sacramentos e matrimónio”.

Vai ainda desenvolver ações no âmbito da formação de “noivos, casais, adultos e pais” e reforçar a “defesa do matrimónio enquanto dom e vocação”.

D. Amândio Tomás recorda os efeitos que os problemas no matrimónio e nas famílias têm nas gerações mais novas.

“A criança toma consciência de si, aprende a viver, a dar e receber e a conhecer e amar a Deus, vendo o rosto e sorriso dos pais. O dever de educar e formar os filhos a apreciar valores e a crescer na fé, é dever dos pais”, complementa.

JCP

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