D. António Couto destaca «imenso dom» da vida nova em Cristo
Lamego, 11 abr 2020 (Ecclesia) – O bispo de Lamego presidiu hoje na catedral diocesana à Vigília Pascal, momento central do calendário católico, convidando a celebrar a “vida nova” da ressurreição de Jesus.
“Nós somos os irmãos do ressuscitado. A vida nova que há no ressuscitado também corre já na nossa vida e nas nossas veias. Um imenso dom de Deus aos seus filhos e filhas”, declarou D. António Couto, numa Eucaristia com transmissão online.
Falando a todos os que acompanhavam a celebração, à distância – face à suspensão das Missas comunitárias, por causa da pandemia de Covid-19 – o prelado refletiu sobre a passagem do Evangelho segundo São Mateus em que “Maria Madalena e a outra Maria foram visitar o sepulcro”, encontrando-o vazio.
“A pedra retirada do sepulcro e o facto de o anjo se sentar sobre ela, indicam o fim do domínio da morte”, indicou o bispo de Lamego.
“A pedra não é retirada para Jesus sair, mas para que as mulheres possam entrar”, acrescentou.
Segundo o responsável católico, especialista no estudo da Sagrada Escritura, a ausência do corpo de Jesus, como bem sabiam as “cuidadosas mulheres”, mostra que “a ressurreição de Jesus não é menos real do que a sua morte”.
Além do túmulo aberto, era necessário o anúncio da ressurreição feito pelo anjo.
“É necessário viver, dizer, anunciar”, pediu aos católicos.
Às mulheres foi pedido que dessem um passo em frente: “Ide dizer aos seus discípulos que ele foi ressuscitado dos mortos e vos precede na Galileia”.
Um pedido repetido depois, pelo próprio Jesus, para os seus “irmãos”.
“Não basta saber, é necessário viver, dizer e anunciar”, assinalou.
D. António Couto destacou o “mistério imenso” desta noite santa, que celebra a ressurreição de Jesus Cristo.
“Ide à janela e vede que já há no Céu muito mais do que três estrelas. Um dia novo, portanto, dia do Senhor ressuscitado, domingo”, pediu.
O bispo de Lamego aludiu à situação de pandemia que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, com uma oração: “Que o Senhor nos acuda, neste tempo difícil em que a nossa vida parece escorregar”.
O prelado falou num Deus que se comove com o sofrimento dos seus filhos.
“Estamos num tempo novo: rezai, cantai, gritai: Aleluia, Hossana”, concluiu.
Nas normas para as celebrações na Semana Santa por causa da pandemia covid-19, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (Santa Sé) indicou que Vigília Pascal, celebração mais importante do ciclo litúrgico, fosse celebrada, como todas as restantes celebrações, com a ausência de fiéis, omitindo-se o ritual do fogo e a procissão inicial.
OC