«Cristo ressuscitou, não tenhamos medo» – D. Francisco Senra Coelho
Évora, 11 abr 2020 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora recordou hoje na igreja de São Francisco, durante a Vigília Pascal, os que enfrentam a pandemia de Covid-19, apelando à fé na força da ressurreição de Jesus Cristo.
“Rezamos por todos os que sofrem e lutam contra esta ameaçadora noite da pandemia, que nos mantém sitiados, no interior das nossas casas, e nos assusta com a possibilidade da morte, roubando-nos a liberdade”, disse, na homilia da celebração, à porta fechada e com transmissão online.
“Cristo ressuscitou, não tenhamos medo”, acrescentou D. Francisco Senra Coelho.
O responsável católico deixou uma mensagem de “profunda gratidão e reconhecimento” aos profissionais de saúde, depois de saudar os sacerdotes, os diáconos e todos os membros da comunidade diocesana, em particular as famílias com idosos e pessoas doentes.
“Vamos vencer as trevas que se abateram sobre a humanidade”, assinalou.
O arcebispo de Évora falou ainda aos casais mais velhos que estão longe dos filhos, netos ou bisnetos, por causa da pandemia, aos sós e aos reclusos, na noite em que “resplandece a vitória de Cristo” sobre a morte e as trevas.
“Deus rompe os nossos limites”, declarou.
D. Francisco Senra Coelho recordou ainda a “longa história” da Salvação, que deu a conhecer o “coração de Deus”, celebrada na Vigília Pascal.
“Naquela que parecia ser a maior noite da humanidade, a noite dramática”, Jesus Cristo levantou-se “vitorioso” do túmulo, apontou.
Na parte final da sua homilia, o responsável católico recordou os “cristãos da Igreja do silêncio”, na China, Coreia do Norte, Laos, Líbia, Somália, Índia e outros países, que celebram a Vigília Pascal “na clandestinidade”.
O arcebispo de Évora manifestou-se contra ideologias que “mutilam” as pessoas, na sua liberdade de consciência e de religião.
Nas normas para as celebrações na Semana Santa por causa da pandemia covid-19, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (Santa Sé) indicou que a Vigília Pascal, celebração mais importante do ciclo litúrgico, fosse celebrada, como todas as restantes celebrações, com a ausência de fiéis, omitindo-se o ritual do fogo e a procissão inicial.
Este domingo, D. Francisco Senra Coelho, vai subir “ao ponto mais alto do terraço” da igreja de São Francisco, após a Missa de Páscoa, onde “dará a Bênção do Santíssimo Sacramento, Cristo Ressuscitado, à Cidade de Évora e a toda a Arquidiocese”.
OC