D. Nuno Brás explica que Páscoa «de jejum e de confinamento» é feita também de «ressurreição e de esperança»
Funchal, Madeira, 11 abr 2020 (Ecclesia) – O bispo do Funchal afirmou hoje que a “tranquilidade” desta noite ficará na “história da Igreja” como a ‘Páscoa da grande fome da Eucaristia’, por causa da pandemia Covid-19, mas continua a ser “urgente” comunicar a “ressurreição do Senhor”.
“A ‘Páscoa da grande fome da Eucaristia’ com os sacerdotes a celebrarem quase toda a Quaresma e, agora, esta solene Vigília com as igrejas vazias e os fiéis distantes, em suas casas. A tranquilidade e o silêncio desta noite contrasta claramente com a urgência e a correria presentes na narração evangélica do encontro do túmulo vazio”, disse D. Nuno Brás na sua homilia.
Na Sé do Funchal, o bispo diocesano explicou que parece “contraditório” a afirmação da “urgência evangelizadora” com a situação de pandemia causada pelo coronavírus Covid-19 que confinou as pessoas às suas casas, “famintos do encontro com os irmãos”.
“Esta Páscoa feita de jejum e de confinamento continua a ser feita também de ressurreição e de esperança”, realçou.
D. Nuno Brás explicou que a urgência “marca, desde o início, a missão cristã”, a vitória de Jesus sobre a morte que “é também a vitória da humanidade” é uma “novidade que urge comunicar a todos”.
“A morte foi derrotada no seu terreno. Um homem que é Deus abriu uma brecha no seu domínio e a derrotou, e deu-nos a todos a esperança de passar com Ele do tempo para a eternidade”, acrescentou.
Na sua homilia, o bispo do Funchal pediu aos fiéis que neste tempo de quarentena deixem “a urgência do anúncio do Evangelho fermente no coração, que “se faça vida, disponibilidade e ousadia em toda a existência”.
“A mensagem da ressurreição do Senhor é sobretudo urgente comunicá-la a quem ainda não O conhece, a quem ainda não é capaz de viver a alegria da vida nova”, observou.
D. Nuno Brás lembrou que “ide por todo o mundo”, como mandou Jesus aos apóstolos levou “Tomé à Índia; Tiago à Península Ibérica” e chegaram “a África e ao Leste europeu” e os seus sucessores “peregrinaram por todo o mundo conhecido”.
“E quando novas terras foram descobertas – como aconteceu com a nossa Madeira e com tantas outras paragens que os portugueses deram a conhecer ao mundo -, sempre os navios levavam consigo a Cruz de Cristo, o Evangelho da ressurreição, a vida da fé”, explicou o bispo do Funchal, assinalando que o Evangelho “requer ousadia, coragem, comunicação alegre e simples da certeza da ressurreição”.
CB/PR