Vicentinos: «Novas pobrezas ou novos rostos de pobreza continuam a manifestar-se» – padre Fernando Soares (c/vídeo)

Família religiosa fundada por São Vicente de Paulo celebra 400 anos com olhar «atento» sobre realidade social

Lisboa, 28 out 2024 (Ecclesia) – O padre Fernando Soares, da Congregação da Missão (Vicentinos), considera que, após 400 anos, o carisma de São Vicente de Paulo continua “vivo” e atento aos desafios da realidade social.

“Estamos a tentar recuperar a missão popular, não só na renovação dos materiais, a readaptação do modelo, ajustar à nova realidade social de cada uma das paróquias onde queiramos ou haja solicitação para a realização dessa missão popular”, disse à Agência ECCLESIA.

O carisma de São Vicente de Paulo permanece “vivo” porque “as necessidades continuam neste mundo” e, quando se olha em redor, as “novas pobrezas ou novos rostos de pobreza continuam a manifestar-se”.

“Ninguém se põe na rua por autorrecriação para apenas usufruir daquilo que alguém lhe possa deitar como uma esmola no sentido negativo. Há necessidades claras e elas estão evidentes e, evidentemente, também nós temos de dar uma resposta a todos, a Igreja e a congregação também está atenta a isso, a encontrar as melhores formas de poder responder”, sublinhou o sacerdote.

A Irmã Dora Zambujo, membro das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo (fundadas em 1633) salienta que a congregação apesar de ter “um grupo pequeno em Portugal” está atenta “a todos os tipos de pobreza, incluído mesmo aquela proporcionada pelas guerras” porque está “em 97 países”.

A Juventude Mariana Vicentina (JMV) também bebe da identidade de São Vicente de Paulo e Mafalda Guia disse à Agência ECCLESIA que os projetos missionários são essenciais porque eles levam os seus membros ao encontro “das periferias e dos mais marginalizados”

“Tentamos conseguir dar “alguma dignidade a quem vive em condições pouco humanas”, acrescentou este membro da JMV.

Estes projetos despertam interesse nos jovens, não apenas localmente mas também no exterior.

Na Província de Gaza, Moçambique, a JMV em colaboração com os padres da Congregação da Missão, têm o projeto ‘Renascer para a Esperança’ que apoia 100 crianças diariamente

O objetivo é proporcionar “condições para que os jovens tenham aproveitamento escolar, presta-se cuidados de saúde, apoia-se no estudo e, obviamente, a alimentação é um ponto essencial. Todos os dias garantimos duas refeições a cerca de 100 crianças”, contou Mafalda Guia.

“O sucesso mede-se aqui não só no bem que fazem às crianças que são apoiadas, mas também a mudança que se verifica nos jovens depois de terem estado lá”, reforçou o padre Fernando Soares.

As Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo em Portugal estão em oito comunidades e as obras passam pelas creches, jardim-de-infância, externados, ATL, lares de idosos, centros de dia e têm também um refeitório em Lisboa, Rosália Rendu, onde “dão apoio àqueles que estão mais desprovidos e de facto carentes a nível de tudo”, afirmou a irmã Dora Zambujo.

Em relação ao futuro, a consagrada adianta que se pretende fazer uma “reconfiguração” da congregação que “vai levar a uma abertura a novas perspetivas a viver e dar novas respostas”, completou a irmã Dora Zambujo ao Programa ECCLESIA emitido esta segunda-feira na RTP2.

PR/LFS

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Agência ECCLESIA

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