Vida Consagrada: Religiosas usam fantoches para conviver com as crianças, em tempos de Covid-19

Comunidade na Paróquia de São Tiago de Almada criou «amigos» para os mais novos

Almada, 01 abr 2020 (Ecclesia) – As freiras do Instituto Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará, que trabalham na Paróquia de São Tiago de Almada, recorrem a fantoches para interagir com os mais novos, em tempo de isolamento social provocado pela pandemia de Covid-19.

“Estávamos a cozinhar e a vizinha cumprimentou e chamou as crianças. Foi muito espontâneo as irmãs pegaram nos fantoches para alegrar as crianças, vimos que tinha outros vizinhos e foi logo a seguir à oração do Pai-Nosso do Papa Francisco (25 de março, ndr)”, disse a irmã Maria Consolatrix Afflictorum em declarações à Agência ECCLESIA.

A religiosa lembra que os vizinhos quiseram saber se tinham estado a rezar o Pai-Nosso com o Papa e depois perguntou a uma menina se sabia rezar: “Ela disse que sim e começaram a rezar juntos”.

“São paroquianos, mas não tínhamos muito contacto com essas crianças, são pequenas ainda não andam na catequese, e ficamos surpreendidas”, acrescentou a irmã Maria Consolatrix Afflictorum, explicando que a varanda da cozinha dá para “as janelas de outro prédio”, onde vivem pessoas da Paróquia de São Tiago de Almada, na Diocese de Setúbal.

Há uma semana, as crianças chamam-nas e quando ouvem “gritar ‘amigos’ as irmãs vão a correr e pegam nos fantoches”.

As irmãs foram “capturadas” pela lente do fotografo Artur Cabral, que partilhou a fotografia no projeto online ‘Everyday Covid’, acompanha pelo seguinte relato: “Com os fantoches, divertindo as crianças e tudo terminou com uma sonora reza de um Pai Nosso em sintonia pelo interior do quarteirão!!! Tão Bom!!”.

 

Foto: Artur Cabral

Atualmente, o Instituto Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará tem três religiosas em Portugal que desenvolvem o seu trabalho na paróquia e no centro paroquial, nomeadamente no lar, na pastoral catequética.

Desde outubro de 2019, as religiosas dinamizam “atividades recreativas e lúdicas” com crianças no Centro São João Bosco, que é “um complemento à catequese”, e “outras crianças que não pertencem à paróquia”, as quais construíram os fantoches para “contar a história de São João Bosco de forma engraçada e simples, apresentada em janeiro”.

“Para continuar o despertar da fé, agora as irmãs fazem vídeos com fantoches para as crianças e continuam a fazer o trabalho online”, explicou a irmã Maria Consolatrix sobre uma trabalho que “tem surpreendido muito” porque não pensaram que “ia resultar tanto e as crianças estão a gostar muito”.

A viver um tempo de isolamento social, por causa do coronavírus Covid-19, a irmã Maria Consolatrix Afflictorum explica que “são dias de mais oração, também de mais vida fraterna”, e procuram aprofundar o estudo e “novas maneiras de chegar às almas, pelos vídeos e com os fantoches”.

“O nosso pároco lançou a iniciativa de rezar o Terço ao meio-dia e estamos a aderir. Ainda é um desafio, uma etapa que não acabou”, concluiu.

As freiras que vivem em Almada pertencem ao ramo das Irmãs Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará, um instituto que também tem religiosas contemplativas que futuramente vão instalar-se na Arquidiocese de Évora, no mosteiro onde esteve a Ordem Cartusiana (Cartuxos).

CB/OC

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