Vida Consagrada: O nascer de uma vocação entre os doentes e a alegria das irmãs Hospitaleiras

Irmã Laura Neves recorda o primeiro contacto, em 1978, que a fez «num mês» confirmar a vocação religiosa

Foto: Agência ECCLESIA/HM

Lisboa, 02 fev 2021 (Ecclesia) – A irmã Laura Neves, religiosa Hospitaleira do Sagrado Coração de Jesus, disse hoje que a vida consagrada experimenta “as dificuldades humanas”, próprias do caminho “de qualquer pessoa”, mas que a “oração” e o viver em comunidade são fundamentais.

“A oração é fundamental na vida de qualquer consagrado, se falha esta parte, todas as outras podem falhar. Mas a oração não anda sozinha – a dimensão comunitária é, para mim, um elemento fundamental na vivência da vocação. Se por um lado também pode não ser fácil, para mim, é um suporte muito grande. É na comunidade que rezo, que vivo, que partilho e que vejo o exemplo das irmãs que vivem comigo. Foi na comunidade que conheci o carisma, me formei e cresci”, explicou a religiosa à Agência ECCLESIA.

Hoje com 60 anos, a religiosa não esconde “dificuldades”, como em “qualquer caminhada humana” mas indica que “no caminho vocacional há momentos e acontecimentos que confirmam o percurso”.

A irmã Laura Neves conheceu a congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus através de um campo de férias, em que jovens eram desafiados a viver um tempo cuidando de doentes.

“Quando cheguei, percebi que era com doentes mentais. À medida que os dias iam passando, cada vez me sentia mais atraída por aquele estilo de vida. Se no início foram os doentes que ali me chamaram, a certeza foi-se confirmando que ali me sentia bem”, recorda.

Era o ano de 1978, e a jovem Laura Neves nunca tinha pensado ser religiosa, apesar de participar “em todas” as atividades paroquiais e de ter crescido numa família cristã.

“No último dia do campo de férias fui dizer às irmãs que queria ser irmã e elas ficaram muito contentes. No dia seguinte terminava o campo de férias e eu regressaria a casa, mas as irmãs convidaram-me para ficar para um retiro que se ia realizar dias depois”, lembra.

Acabou por ficar, contrariando as amigas que a acompanharam no campo de férias, e no final do retiro, regressou a casa para se despedir.

“Eu fiquei no retiro e para mim foi a oportunidade de confirmar o que tinha experimentado naqueles dias. Eu fui a casa para me despedir, regressei logo. Num mês eu senti o chamamento, discerni o chamamento e entrei na congregação. Hoje, costumo dizer, não seria assim”, explica.

A irmã Laura cedo percebeu na sua vida um chamamento pela pessoa doente, mas no campo de férias “foi essencial ver a alegria das irmãs e ver a alegria com que o faziam”.

Foto: Agência ECCLESIA/HM

“Há sempre uma ligação muito forte entre os doentes e as irmãs: os doentes confirmam e ajudam-nos na vivência vocacional. Quando não estamos diretamente no trabalho com eles, os doentes estão sempre presentes e procuramos ter sempre momentos com eles, nem que seja quando rezamos com eles na eucaristia diária”, afirma.

Na Semana do Consagrado conversamos com a irmã Laura Neves, religiosa Hospitaleira do Sagrado Coração de Jesus, que fala do seu percurso vocacional, do trabalho com os doentes em saúde mental e sobre os desafios que a pandemia veio lançar à missão da congregação.

HM/LS

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top