Vida Consagrada: Bispo do Porto homenageia «martírio» de religiosa assassinada em São João da Madeira

D. Manuel Linda questiona atuação das autoridades judiciais em relação ao suspeito de homicídio

Porto, 17 set 2019 (Ecclesia) – O bispo do Porto homenageou, na sua mais recente crónica semanal, o “martírio” da irmã Maria Antónia Guerra, membro da Congregação das Servas de Maria Ministras dos Enfermos, assassinada a 8 de setembro, em São João da Madeira.

“No mínimo, o martírio da ‘Irmã Tona’ tem muito de paralelo com tantas mulheres, de todas as idades, que, na defesa da sua honra e dignidade, acabaram por pagar com a vida a resistência ao agressor depravado. Muitas foram mesmo declaradas beatas e santas”, aponta D. Manuel Linda, num texto divulgado online pelo jornal diocesano ‘Voz Portucalense’.

O responsável lamenta o “bárbaro assassinato” da religiosa, de 61 anos

A Polícia Judiciária, através da Diretoria do Norte, identificou e deteve um homem pela prática do crime de homicídio qualificado, referindo em comunicado que “o detido, após ter conseguido atrair a vítima até ao interior da sua habitação, com o pretexto de lhe oferecer um café por esta o ter transportado na sua viatura até ali, referiu-lhe que com ela queria manter relações sexuais, o que foi recusado”.

“Seguidamente, perseguindo a sua intenção, o detido recorreu à força física aplicando à senhora, ao que tudo indica, um golpe de estrangulamento denominado mata-leão que terá sido a causa da morte”, explica a PJ.

O suspeito, de 44 anos, tem antecedentes criminais pela prática de crimes de tráfico de estupefacientes, violação e sequestro.

Segundo D. Manuel Linda, este caso obriga a uma “reflexão social”, considerando que o sistema judiciário “falhou redondamente”.

“Alguém tem de ser responsabilizado por isto. Se é pouco previsível que o sistema judicial seja ‘chamado à pedra’, pelo menos moralmente algumas pessoas hão de sentir-se culpadas pelo homicídio da religiosa”, escreve.

O bispo do Porto lamenta ainda a ausência de condenações públicas do assassinato, por parte de responsáveis políticos, “com honrosa exceção da Câmara Municipal de São João da Madeira”.

OC

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