Viana: Transladação dos restos mortais do primeiro bispo marca fim de uma etapa na vida da diocese

D. Anacleto Oliveira, atual responsável diocesano, prestou homenagem ao percurso de D. Júlio Tavares Rebimbas

Viana do Castelo, 07 jan 2018 (Ecclesia) – A Diocese de Viana do Castelo promoveu hoje a transladação para a Sé dos restos mortais de D. Júlio Tavares Rebimbas, o seu primeiro bispo, numa iniciativa inserida no 40.º aniversário de criação da diocese no Alto Minho.

“Sem Bispo não há Igreja diocesana. São especiais estes primeiros quarenta anos, porque com eles se encerra o período fundacional da Diocese”, disse na homilia da celebração D. Anacleto Oliveira, atual bispo de Viana.

A cerimónia contou com a presença de vários responsáveis de dioceses portuguesas e da Galiza, a quem o responsável pela diocese do Alto Minho agradeceu por se associarem a este gesto.

“Faz hoje, dia da Solenidade da Epifania do Senhor, 40 anos que nasceu a nossa Diocese. E mais ou menos a esta hora. É verdade que a bula da sua criação data de 3 de novembro de 1977, mas a bula só começou a ser executada com a entrada do primeiro Bispo”, realçou D. Anacleto Oliveira.

Para o bispo de Viana, a cerimónia de hoje tem como objetivo, “tanto quanto possível, reviver esse momento único na vida da Diocese”.

“Foi nesse sentido que a Diocese decidiu, não apenas que os restos mortais do seu primeiro Bispo fossem transladados para ela, um desejo aliás expresso pelo senhor D. Júlio, mas que a transladação se realizasse exatamente neste dia”, explicou.

D. Anacleto Oliveira evocou a determinação do seu predecessor, a quem se ouvia dizer muitas vezes “isto vai!”, no início da vida da Diocese de Viana.

“[É] A expressão de uma fé profunda no Deus da vida; de uma esperança inabalável que essa fé provoca em nós nos momentos mais difíceis; de uma caridade que nos leva a aproveitar tais situações para nos darmos ainda com mais intensidade e contribuirmos para criar mais vida, pela vida que damos”, prosseguiu.

O bispo de Viana deixou uma referência especial a “duas das pessoas que mais contribuíram para a existência” desta diocese: o Papa Beato Paulo VI e o Beato Bartolomeu do Mártires, sepultado neste território.

Apontando ao futuro, D. Anacleto Oliveira falou em “reformas a fazer, rumos novos a encetar na Igreja”.

D. Júlio Tavares Rebimbas foi escolhido pelo Papa Paulo VI para ser o primeiro bispo de Viana do Castelo, em 1977; a 12 de fevereiro de 1982 foi nomeado bispo do Porto, tendo falecido na Casa de Saúde da Boavista (Porto), no dia 6 de dezembro de 2010.

Os restos mortais de D. Júlio Tavares Rebimbas ficam agora colocados num sarcófago em mármore branco com nome, datas e as suas armas episcopais, com o seu lema, ‘In Verbo Tuo’.

A cerimónia deste domingo, Solenidade da Epifania do Senhor, é um dos eventos com que a diocese está a celebrar o 40.º aniversário da sua criação, desde novembro de 2017 até 2020.

A entrada solene de D. Júlio Tavares Rebimbas na Diocese de Viana do Castelo decorreu a 8 de janeiro de 1978.

O bispo nasceu em Bunheiro, no Concelho da Murtosa, a 21 de janeiro de 1922; foi ordenado presbítero a 29 de junho de 1945, em Pardilhó, e iniciou a atividade sacerdotal como coadjutor do pároco de Ílhavo.

No ano seguinte foi nomeado pároco de Avelãs de Cima e Avelãs de Caminho, em Anadia, regressando a Ílhavo em 1949, onde se manteve como pároco até 1962; em 1959 foi nomeado vigário-geral da Diocese de Aveiro.

Foi nomeado bispo do Algarve a 27 de setembro de 1965, pelo Papa Paulo VI, e participou na última sessão do Concílio Ecuménico Vaticano II.

CB/OC

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