Viana do Castelo: Diocese uniu-se no «último adeus» a D. Anacleto Oliveira (c/fotos)

D. Jorge Ortiga presidiu à Missa exequial, evocando paixão pela Bíblia e proximidade à população

Foto Renascença/Inês Rocha, Exéquias de D. Anacleto Oliveira, Viana do Castelo

Viana do Castelo, 21 set 2020 (Ecclesia) – A Diocese de Viana do Castelo viveu hoje o “último adeus” a D. Anacleto Oliveira, bispo que faleceu na última sexta-feira, evocando um “apaixonado pela Palavra” que foi capaz de ser “tudo para todos”.

“Quis ser missão numa proximidade muito concreta com todos”, referiu, na homilia da Missa exequial, D. Jorge Ortiga, que presidiu à celebração.

O arcebispo de Braga e responsável pela província eclesiástica em que se insere a diocese do Alto Minho, recordou o lema episcopal escolhido por D. Anacleto Oliveira, ‘Escravo de todos’.

“Este lema pode ser para nós, que conhecemos D. Anacleto, e particularmente para todos os cristãos da diocese de Viana do Castelo, um testamento. A dureza da sua morte, inesperada e dolorosa, obriga-nos agora a retomar a missão onde ele a deixou. Deu-se por completo, mas há ainda muito por fazer na Igreja e no mundo”, indicou D. Jorge Ortiga.

O arcebispo primaz desafiou as comunidades católicas a “oferecer ao mundo a pureza do Evangelho”, como fez o falecido bispo.

“O mundo precisa da Palavra de Deus na sua forma mais pura. A perspicácia intelectual e a profundidade dos conhecimentos bíblicos de D. Anacleto reclamam da Igreja, de modo a continuar a concretizar o seu legado, um compromisso sério com a Sagrada Escritura”, realçou.

D. Anacleto, na sua pregação, comprazia-se em apresentar Deus como Pai. Os seus conhecimentos bíblicos encontravam nuances que nos permitiam vislumbrar o autêntico rosto de Deus, em contraponto com tantas outras imagens deturpadas e veiculadas pela História”.

A intervenção evocou a canonização de S. Bartolomeu dos Mártires como uma das “maiores alegrias” na vida do falecido bispo de Viana do Castelo, que “recordou o seu estilo de ser pastor e tentou pautar a sua vida pastoral pelos mesmos ideais”.

“Que o Senhor acolha na Sua morada o nosso querido irmão D. Anacleto Oliveira e que a Palavra de Deus nos abra o entendimento e o coração ao tempo pascal da ressurreição”, concluiu D. Jorge Ortiga

Foto Renascença/Inês Rocha, Exéquias de D. Anacleto Oliveira, Viana do Castelo

O espaço no interior da Sé foi reservado aos bispos, padres, autoridades – incluindo o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa -, diáconos, acólitos e seminaristas, além do grupo coral e orquestra, além dos familiares de D. Anacleto Oliveira.

D. Anacleto Oliveira faleceu na última sexta-feira, aos 74 anos de idade, na sequência de um despiste de automóvel, na Autoestrada 2 (A2) perto de Almodôvar; o bispo era o único ocupante da viatura.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. José Ornelas, falou no final da celebração desta tarde, dirigindo-se à Diocese de Viana do Castelo, que “sente a tristeza da partida do seu pastor”, um homem marcado pela “paixão de servir a Igreja do Senhor”.

O bispo de Setúbal recordou um estudioso da Bíblia “que não ficou simplesmente no passado”, sendo capaz de uma palavra que “questionava atitudes”, uma palavra “inquieta”, que despertou e mobilizou todos para “buscar caminhos novos”.

“Vamos continuar o seu pensamento o seu caminho, um caminho que exige busca, fidelidade à Palavra que se escuta”, apelou, falando num “irmão querido”

“Nós agradecemos o dom que foste para esta Igreja, para esta cidade, para esta diocese, para este país”, disse D. José Ornelas.

Na quarta-feira, os restos mortais de D. Anacleto Oliveira estarão em câmara ardente na Catedral de Leiria, a partir das 10h00; às 15h00 o cardeal D. António Marto preside à Missa Exequial; a sepultura será no cemitério das Cortes, terra natal do falecido bispo.

OC

Notícia atualizada ás 16h55

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Agência ECCLESIA

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