Viana do Castelo: Cáritas Diocesana alerta que «há muito desemprego e muita falta de apoio»

José Machado refere que existem famílias que «não têm como dar de comer» aos filhos

Viana do Castelo, 14 nov 2020 (Ecclesia) – O presidente da Cáritas Diocesana de Viana do Castelo afirma que “há muito desemprego e muita falta de apoio” neste território, alertando que “a realidade é má” e tentam “colmatar as necessidades das pessoas” que a Segurança Social não consegue.

“A Segurança Social pede-nos ajuda muitas vezes. São mais pessoas a ser utentes da Cáritas, e isto significa que a Segurança Social não está a ser capaz de dar respostas. Além disso, temos ainda os baixos salários que não são suficientes para as despesas”, disse José Machado, no contexto do Dia Mundial dos Pobres que a Igreja Católica assinala este domingo

Em entrevista publicada na mais recente edição do semanário diocesano ‘Notícias de Viana’, o presidente da Cáritas Diocesana de Viana do Castelo explica que “a realidade é má”, “há muito desemprego e muita falta de apoio”, com a Segurança Social, com quem têm uma parceria, a não conseguir “colmatar as necessidades das pessoas” que são “mandadas” para a instituição da Igreja e os técnicos da Segurança Social dos vários locais fazem “pedidos” por email.

“Eles tentam que arranjemos alimentação, pagamento de despesas domésticas (água, luz e gás) e rendas de casa, e etc; há famílias com filhos que não têm como lhes dar de comer. Tivemos um caso há pouco tempo e, sem contar, enchemos um saco para ela levar para casa”, acrescentou.

O responsável observa que este ano, “os pedidos duplicaram”, com cerca de 600 atendimentos, “o que corresponde a um leque de cerca de 1300 pessoas/famílias”.

Há também muitos idosos que são ajudados mas, com a pandemia, “muita gente começou a ter receio” mas apareceram famílias novas, na sua maioria “casais novos e desempregados”.

José Machado refere que em Viana do Castelo não existe habitação social e considera que esse seria “um grande passo”.

“As pessoas que nos procuram não conseguem pagar alugueres, porque não recebem, estão muito caros. Nós ajudamos, mas só o fazemos enquanto temos dinheiro, o que nos vale é a parceria com a Câmara Municipal e com a Diocese de Viana do Castelo. Por mês, gastamos entre quatro e seis mil euros”, explicou.

‘Estende a tua mão ao pobre’ é o tema da mensagem do Papa Francisco para o quarto Dia Mundial dos Pobres e José Machado considera que “parte da Igreja está sensível” a este tema porque “apesar de ser muito falada, por vezes, é a irmã mais pobre da Igreja”.

“Acho que a solidariedade ainda está um pouco à parte de todo o trabalho desenvolvido pela Igreja. Na minha opinião, ainda há um trabalho para se fazer através do clero.  Todos os anos vou ao Seminário e apelo aos futuros padres para não se esquecerem da solidariedade”, desenvolveu.

CB/OC

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