Vencer as dificuldades da fé

Na homilia do Domingo de Páscoa, D. José Policarpo apontou que, tal como aconteceu há dois mil anos com os apóstolos, que “seguiram Jesus na sua vida pública e depois não acreditaram na ressurreição”, também hoje, a fé na Ressurreição “continua a supor que se vençam as dificuldades de acreditar”, pois “há certamente, entre os cristãos alguns que não acreditam na ressurreição ou cuja fé é, frequentemente, sujeita à prova da dúvida”. O Cardeal Patriarca de Lisboa reflectiu nas “causas das actuais dificuldades em acreditar na ressurreição de Cristo”. A primeira “a banalização da morte no seu aspecto de fim de vida. Os hábitos da nossa sociedade escondem, cada vez mais, a dramaticidade do mistério da morte. Mata-se facilmente, põe-se, imprudentemente, a própria vida em perigo, a morte tornou-se um fenómeno clínico, a própria dor da morte se dilui em cerimónias fúnebres mais marcadas pelos hábitos culturais do que pela vivência da densidade da vida. Muitos têm uma compreensão da vida, limitada à existência terrestre; outros guardam um vago sentido da vida para além da morte, mas sem referência à ressurreição, participação na vida de Cristo ressuscitado. Sobretudo perdeu-se a consciência de que a vida é um dom de Deus, participação da sua vida divina”. D. José Policarpo apontou também “a religiosidade sem transcendência, em que Deus aparece como um último recurso e Cristo se dilui na figura simpática do amigo dos pobres, mas que não são proposta de encontro vivo e transformador. Faltam verdadeiras testemunhas da ressurreição”, sublinhou na Sé Catedral de Lisboa. “A cultura ambiente, mais inclinada a conceber a vida no plano do imediato, experiência a fruir agora, sem grande apetência para a dimensão de profundidade e de radicalidade”, foi outra das razões apontadas para a dificuldade em acreditar na Ressurreição. Por isso, concluiu o Cardeal Patriarca de Lisboa, “é missão de toda a Igreja ajudar os cristãos, com solicitude particular pelos jovens, a vencer as dúvidas e a ultrapassar as dificuldades de acreditar”. Notícias relacionadas Homilia do Domingo de Páscoa do Patriarca de Lisboa

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