Vaticano vai criar comissão para assuntos da China

O Vaticano vai criar uma comissão para tratar dos assuntos da China e da Igreja Católica no país, disse ontem à Agência Lusa o Bispo de Macau, D. José Lai. «A Santa Sé quer organizar uma comissão para tratar dos assuntos da China e da Igreja Católica no país e eu espero que seja útil para ajudar a melhorar as relações entre o Vaticano e o Governo da China», afirmou D. José Lai. O Bispo de Macau chegou segunda-feira à Região Administrativa Especial chinesa depois de ter participado com os seus homólogos de Hong Kong e Taiwan numa reunião no Vaticano para analisar a situação da Igreja Católica na China. «Na reunião apenas falámos da situação da Igreja na China e perguntaram- -nos a nossa opinião sobre a situação porque, como vizinhos, conhecemos melhor a realidade e o pensamento do povo e do Governo chinês », explicou o Bispo de Macau. D. José Lai acrescentou que no final da reunião de dois dias em Roma, os responsáveis do Vaticano «não solicitaram qualquer tarefa especial» aos participantes e disse que «deverá ser conhecida em breve a composição da comissão que será criada e que irá ajudar o Santo Padre a saber lidar melhor com os assuntos do continente chinês e para compreender melhor a cultura chinesa». O prelado de Macau disse ainda que não foi discutida no encontro a resignação do cardeal Joseph Zen como Bispo de Hong Kong para se dedicar ao trabalho de aproximação entre o Vaticano e a China tal como foi noticiado segunda-feira por um diário de língua chinesa de Hong Kong. No sábado, o Vaticano reafirmou a sua vontade de «normalizar as relações» e de estabelecer «um diálogo respeitoso e construtivo» com a China para bem dos católicos daquele país fiéis ao Papa e ao Vaticano. A Igreja Católica oficial chinesa, que conta cerca de quatro milhões de fiéis, está subordinada ao Estado e não reconhece a autoridade do Papa nem do Vaticano, coexistindo com uma Igreja Católica clandestina, Entretanto, o vice-presidente da Associação Patriótica Católica chinesa considerou ontem como uma questão pessoal o pedido de resignação do cardeal Joseph Zen, que é o Bispo de Hong Kong, para melhorar as relações entre Pequim e a Santa Sé. «É um assunto da responsabilidade do bispo. Deixem-no decidir por si próprio», afirmou em declarações à Agência Lusa Liu Bainian, louvando, no entanto, a intenção do Vaticano de normalizar relações com a China. Redacção/Lusa

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