Vaticano sublinha sucesso do diálogo ecuménico

Rede de relações e de formas de aproximação não admite recuos, sublinha o Cardeal Walter Kasper 2006 foi um ano de “sucesso” para o ecumenismo. Foi este o termo escolhido pelo Cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a promoção da unidade dos cristãos (CPPUC), para falar dos mais recentes desenvolvimentos entre Igrejas e comunidades cristãs, no encontro que manteve esta manhã com um grupo de jornalistas da sala de imprensa da Santa Sé. Tendo como pano de fundo a celebração da semana de oração pela unidade dos cristãos, o homem do Papa para o ecumenismo abordou o “trabalho capilar” desenvolvido pelo CPPUC, o qual produziu progressos dos quais “não é possível fazer marcha atrás”. Nestes contactos contam-se 12 diálogos diferentes, em contextos culturais, sociais e políticos muito diversos, que dão vida “a um diálogo entre as diversas confissões cristãs muito diferente dos cenários traçados na altura do Concílio Vaticano II”. O Cardeal Kasper e os seus mais directos colaboradores – Brian Farrell, secretário do CPPUC, e Eleuterio Fortino, subsecretário -, tiveram em 2006 uma agenda muito carregada, com encontros em várias partes do mundo. Desta dinâmica ecuménica, contudo, ficam como imagem de marca o abraço entre Bento XVI e o Patriarca Ecuménico Bartolomeu I, em Istambul, ou os encontros, em Roma, com o Primaz da Igreja Anglicana e o Arcebispo Ortodoxo de Atenas. “Podemos afirmar que tanto os diálogos teológicos como as relações pessoais, institucionais e a cooperação prática estão no bom caminho”, assegura o Cardeal alemão. Mais uma vez, foi lançado o alerta de que não se podem esperar “resultados extraordinários” de imediato: “o caminho é, se olharmos com perspectiva humana, ainda longo”, avisa o presidente do CPPUC. Neste momento, permanecem em cima da mesa problemas teológicos centrais, acima de todos o primado de Pedro, onde se encontram problemas históricos, dogmáticos e canónicos, mas também “problemas emotivos”. Na maneira como os cristãos olham para a figura do Papa, assinala o Cardeal Kasper, “é preciso superar preconceitos e barreiras culturais”, muitas vezes com tensões entre as próprias “Igrejas ortodoxas”. “Por tudo isto, são precisos tempo, paciência, calma, sensibilidade e, sobretudo, uma sensibilidade espiritual de oração, para que as coisas possam amadurecer”, aponta.

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