Vaticano: Secretário de Estado questiona «cancelamento» da dimensão cristã do Natal

Cardeal Parolin reagiu a documento da Comissão Europeia, entretanto retirado

Cidade do Vaticano, 30 nov 2021 (Ecclesia) – O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, questionou o “cancelamento” da dimensão cristã do Natal, comentando um documento interno da Comissão Europeia que foi, entretanto, retirado de circulação.

“Quem vai contra a realidade, coloca-se em sério perigo. E depois há o cancelamento daquilo que são as raízes, sobretudo no que diz respeito às festas cristãs, a dimensão cristã também da nossa Europa”, referiu o colaborador do Papa, em declarações ao portal ‘Vatican News’.

A entrevista aconteceu após a divulgação de um manual para uma comunicação mais “inclusiva”, da Comissão Europeia, no qual se propunha, entre outras expressões, a utilização de “período de festividades” em vez “período de Natal”.

O secretário de Estado do Vaticano considerou “correta” a preocupação de eliminar todas as discriminações, mas questionou as opções do documento da instituição comunitária, que apresenta ainda preocupações em relação ao tratamento baseado no género.

“A tendência infelizmente é de padronizar tudo, não sabendo respeitar nem mesmo as corretas diferenças, que naturalmente não devem se tornar contraposição ou fonte de discriminação, mas devem integrar-se, justamente para construir uma humanidade plena e integral”, assinalou D. Pietro Parolin.

O cardeal apontou à próxima viagem do Papa ao Chipre e Grécia, que vai começar esta quinta-feira, para sublinhar a intenção de “reencontrar os elementos constituintes” da Europa.

A Comissão Europeia reagiu, em declarações à agência ANSA, após a polémica provocado pelo comunicado interno: “Não proibimos nem desencorajamos o uso da palavra Natal”.

As novas diretrizes pretendiam fornecer conselhos práticos aos membros da comissão que falam sobre as políticas da UE em público.

Helena Dalli, Comissária Europeia para a igualdade, disse que as orientações, emitidas há cerca de quatro semanas, “precisam de mais trabalho”.

OC

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Agência ECCLESIA

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