O presidente da Academia Pontifícia para a Vida (APV), Bispo Elio Sgreccia, manifestou a satisfação do Vaticano perante as novas descobertas acontecidas no campo da investigação com células estaminais. A criação destas células a partir da pele, por parte de cientistas japoneses e norte-americanos “parece não levantar problemas éticos”, salientou D. Sgreccia. O Vaticano opõe-se à pesquisa em embriões humanos e à chamada clonagem terapêutica. No método tradicional para obter células estaminais, os cientistas usam embriões que se desenvolveram durante cinco a seis dias, até serem uma minúscula bola com cerca de uma centena de células. Agora, duas equipas de cientistas descobriram uma maneira de transformar células da pele humana em células estaminais. O estudo da equipa americana, liderada por James Thompson (da Universidade de Wisconsin), foi publicado pela revista Science e o japonês (a equipa chefiada por Shinya Yamanaka, da Universidade de Quioto) foi anunciado, antes da sua publicação, na revista especializada Cell. Em entrevista à Rádio Vaticano, o presidente da APV classificou como “uma novidade histórica” as descobertas agora anunciadas: “Já não há necessidade de embriões nem da chamada clonagem terapêutica e fecha-se uma página de duras polémicas e divergências ásperas”. O sucesso científico, assinala, “permite afirmar que entre a ética e a verdadeira ciência há um parentesco”. “A ética que respeita o homem também é útil para a investigação e confirma não ser verdade que a Igreja seja contrária à investigação: é apenas contrária à investigação que prejudica o ser humano, neste caso o embrião”, aponta D. Sgreccia. A Academia Pontifícia para a Vida foi instituída por João Paulo II em 11 de Fevereiro de 1994, com o Motu Proprio “Vitae Mysterium”. Tem como objectivo o estudo, a informação e a formação sobre os principais problemas de bioética e de direito, relativos à promoção e defesa da vida, sobretudo na relação directa que estes têm com a moral cristã e com as directivas do magistério da Igreja Católica.