Vaticano: Rádio e televisão são «importantes aliados» da Igreja Católica, diz Bento XVI

Informação exige «honestidade profissional» e «liberdade em relação às barreiras ideológicas»

Castel Gandolfo, Itália, 30 abr 2011 (Ecclesia) – Bento XVI agradeceu hoje a colaboração prestada nas viagens apostólicas e nas principais festas católicas pelos membros da União Europeia de Radiotelevisão (UER), que classificou de “importantes aliados e amigos” na missão da Igreja.

O discurso do Papa foi proferido esta manhã no palácio de Castel Gandolfo, 20 km a sudeste de Roma, Itália, durante a audiência aos participantes na 17.ª assembleia de rádio da UER, que começou quarta-feira no Vaticano.

“Na sociedade de hoje estão em jogo valores de base para o bem da humanidade, e a opinião pública, em cuja formação o vosso trabalho tem muita importância, encontra-se muitas vezes desorientada e dividida”, afirmou Bento XVI.

Para o Papa, a tarefa das rádios e televisões consiste em fornecer diariamente “uma informação correta e equilibrada”, assim como “um debate aprofundado” que permita obter as “melhores soluções” para questões como a vida humana, família, fome, imigração, desemprego, discriminação, desarmamento e liberdade religiosa.

“É uma tarefa que requer grande honestidade profissional, correção e respeito, abertura às diversas perspetivas, clareza no tratamento dos problemas, liberdade em relação às barreiras ideológicas e consciência da complexidade dos problemas”, sublinhou.

O Papa aludiu aos acontecimentos sociais e políticos em países do Mediterrâneo e Médio Oriente, alguns pertencentes à UEO, e instou a organização a contribuir para superar a “separação cultural, incertezas e medos”. 

A Igreja Católica tem uma “contribuição específica” para oferecer à procura da “verdade” num “espírito de abertura e diálogo”, afirmou Bento XVI, que lembrou as dificuldades inerentes ao “serviço público” prestado pela UER, como a competição comercial, a diminuição dos recursos económicos e a busca “laboriosa” de audiências.

“Os desafios do mundo moderno que têm de relatar são demasiado grandes e urgentes para que fiqueis desencorajados ou tentados a desistir diante dessas dificuldades”, assinalou o Papa, que no início do discurso recordou os inícios da relação entre a Santa Sé e a rádio.

“Quando o meu Predecessor Pio XI se dirigiu a Guglielmo Marconi para dotar o Estado da Cidade do Vaticano de uma estação radiofónica apetrechada da melhor tecnologia disponível à época, demonstrou ter percebido com lucidez em que direção se desenvolvia o mundo das comunicações”, disse.

Segundo Bento XVI, o ensinamento da Igreja, desde os primórdios da rádio até às “novas tecnologias digitais”, é atravessado por uma corrente de otimismo, esperança e simpatia sincera” para quem se compromete neste setor.

A Rádio Vaticano, criada há 80 anos, acolhe a 17.ª assembleia da União Europeia de Radiotelevisão, organismo de que faz parte desde a sua fundação, em 1950.

A UER vai distribuir para todo o mundo a transmissão via rádio e televisão da beatificação do Papa João Paulo II, agendada para domingo no Vaticano, refere o site do organismo.

RM

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